Foi com a voz baixinha, tímida, mas repleta de satisfação, que a cantora Dona Ivone Lara conversou com o EGO na noite desta quarta-feira, 11, após ser homenageada no 21º Prêmio de Música Brasileira, que lotou de famosos o Teatro Municipal, no Rio. A declaração foi feita na saída de um jantar que aconteceu no MAM, localizado no Centro carioca.

“Posso dizer que estou rindo à toa e que vou dormir mais feliz. Gostei de tudo nessa noite e para mim, é a prova de que estou me sentindo mais viva. É muito gratificante ter esse reconhecimento do pessoal que se lembra bastante de mim. Isso significa que eu ainda tenho público”, declarou Dona Ivone que completou 89 anos em abril deste ano.

A noite de premiação seguiu comandada por Debora Bloch, que participou pela segunda vez do evento: “A primeira vez que apresentei esse prêmio, estava grávida de quatro meses da minha filha. Me lembro que foi uma dificuldade imensa para encontrar um vestido que coubesse com aquele barrigão”, relembrou.

O momento de maior descontração da cerimônia foi quando a cantora Alcione brincou com o seu figurino bastante inspirado: “Cheguei aqui no teatro cedo para o ensaio, mas para quem mora longe como eu, o negócio foi ficar por aqui mesmo. Acontece, que como a noite é de Ivone Lara, mandei fazer um vestido lindo só por causa dela, mas é um vestido digno da entrada principal daqui. Então, gente, agora é o meu momento de dar pinta”, disparou a cantora, que desfilou alegremente pelo palco assim que anunciou os vencedores de uma categoria.

Com 10 anos a menos que Dona Ivone Lara, o cantor Cauby Peixoto falou sobre a emoção de receber o prêmio na categoria “melhor cantor”, no auge dos seus 60 anos de carreira: “Esse prêmio para mim é de grande importância. Agradeço ao povo brasileiro que sempre comprou os meus discos.” Durante a premiação, Cauby precisou ser acompanhado por um funcionário o teatro devido a difuculdades para se locomover.

E já que o tema da noite era o samba, Elba Ramalho declarou em nome dos norestinos, que o estilo musical é uma paixão além das fronteiras cariocas: "No nordeste, a gente gosta muito de samba. É um estilo que representa o brasileiro na sua essência." A cantora Daniela Mercury completou o raciocínio de Elba: "Tudo o que eu faço de música tem um pouco de samba, é a nossa raíz. Me sinto uma espécie de sambista também", disse.