Polícia humilhou suspeitos do caso

08/08/2010 12:59 - Brasil/Mundo
Por Redação

As algemas impostas pela polícia nos presos pelo desaparecimento de Eliza Samudio desrespeitaram súmula do STF (Supremo Tribunal de Justiça), apontou o advogado Ércio Quaresma em entrevista ao R7 na manhã desta sexta-feira (6). O defensor qualificou o uso das algemas como "humilhante" e "animalesco".

A súmula vinculante número 11 do STF aprovada em agosto de 2008 determina a ilegalidade do uso de algemas em presos que não apresentem resistência à prisão e não representem risco de fuga ou perigo à integridade física própria ou alheia.

Durante as idas dos nove suspeitos do caso Eliza até a delegacia e na volta a prisão, em Minas Gerais, eles foram vistos várias vezes algemados. Quaresma diz que o fato de Fernanda Gomes Castro, amante do goleiro Bruno, ter sido algemada quando chegou ao Departamento de Investigações da Polícia Civil de belo Horizonte (MG) foi uma “vendetta” [vingança, em italiano] contra ele. Fernanda foi vista chorando na delegacia.

Quaresma anunciou que vai entrar com representação contra a Polícia Civil junto ao STF, à Corregedoria da Polícia Civil e em órgãos de direitos humanos.

Outro lado
O R7 entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerais, que afirmou que iria se manifestar em breve sobre o caso. O delegado Edson Moreira, que preside as investigações do caso, disse à reportagem do R7 que não iria comentar o assunto.

Depoimento

Na sexta-feira (6), entrevista ao programa Hoje em Dia, da Rede Record, Quaresma disse que o chefe da investigação do caso, delegado Edson Moreira, não considerou o depoimento do adolescente primo do jogador em que ele desmente a história de que Eliza Samudio foi morta e jogada aos cachorros.

- O inquérito está formado igual a uma peneira, cheio de furos.

Quaresma releu parte do segundo depoimento do menor de idade, em que o garoto disse que estava sob o efeito de drogas quando contou à polícia como foi todo o sequestro e morte da Eliza, ex-amante de Bruno.

O advogado também questionou a postura da polícia durante os interrogatórios, que ele comparou com o tempo da "inquisição". Quaresma afirmou que Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, a ex-mulher do goleiro, foi agredida e ameaçada verbalmente.

- Se isso não é tortura, o que é?

Polêmicas

Ércio Quaresma já se envolveu em várias polêmicas desde que assumiu a defesa de Bruno Fernandes e de outros sete acusados no caso Eliza Samudio. O advogado chegou a discutir com o delegado Edson Moreira, que preside as investigações do caso, durante uma coletiva na sede da Polícia Civil ao afirmar que a polícia estava sonegando informações do inquérito aos defensores. Quaresma já chamou as investigações de "teatro de horrores" e chegou a divulgar fotos de uma estudante loira de 21 anos, como sendo de Eliza Samudio que, para Quaresma, está viva.
 

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