O jogador Adriano presta depoimento na tarde desta quinta-feira (3) na 38ª DP (Irajá), no subúrbio do Rio. As informações foram confirmadas pela delegacia. A polícia espera que o atacante preste esclarecimentos sobre os indícios de que ele teria repassado dinheiro a traficante. Ele chegou por volta das 17h acompanhado do seu advogado, Adilson Fernandes.
Em seguida, eles entraram por uma porta lateral da delegacia sem dar entrevista. Na chegada, Adriano foi cercado por jornalistas e torcedores. O jogador apenas cumprimentou os fãs.
Em nota divulgada na quinta-feira (2), o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, afirmou que a ideia é que sejam esclarecidos "pontos relevantes da investigação policial, dando ao atleta o mesmo tratamento dispensado a todo cidadão".
Na quarta-feira (2), Adriano foi ouvido por quase duas horas no Ministério Público. No inquérito, Adriano é testemunha numa investigação que apura crimes de tráfico de drogas, associação para fins de tráfico e posse ilegal de arma de fogo praticados por integrantes de uma organização criminosa, que controla o tráfico nas comunidades de Furquim Mendes e Dique, em Jardim América, no subúrbio da cidade.
O MP afirmou, também em nota divulgada à imprensa, que “considera gravíssimos os fatos que põem o jogador como suspeito e que há fortes indícios de que ele tenha repassado dinheiro ao traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB”, líder de uma facção criminosa. Após o depoimento, o jogador não quis falar com a imprensa.
FB é apontado pela polícia como o homem que ordenou o ataque ao helicóptero da PM em outubro de 2009. Três policiais morreram na queda do helicóptero.
Quebra de sigilos telefônicos e bancário
No texto, o Ministério Público diz ainda que quer a quebra dos sigilos telefônico e bancário do atacante, como já havia sido pedido à Justiça pela 38ª DP (Brás de Pina). O MP deu um prazo máximo de 60 dias para a polícia concluir as investigações e apresentar o relatório final.
Ainda de acordo com o órgão, o promotor Alexandre Themístocles pediu que a Justiça não prorrogue as autorizações para interceptações telefônicas por acreditar que o recurso não seja mais necessário às investigações e porque fatos sigilosos estariam sendo divulgados para a imprensa.
Depoimento ao MP
Segundo o órgão, no depoimento, Adriano foi questionado sobre seu nível de relacionamento com o traficante, incluindo contatos telefônicos e remessas de dinheiro ou bens a FB, e, ainda, se já colaborou, direta ou indiretamente, com a facção criminosa.
O promotor também perguntou ao jogador que motivos o levaram a posar para fotografias fazendo gestos que representam as iniciais de uma organização criminosa; se vinha sendo vítima de extorsão; se possuía armas de fogo e por que não compareceu à 38ª DP para prestar esclarecimentos.