Diogo Nogueira nasceu e cresceu no samba. Filho do cantor e compositor João Nogueira (1941-2000) tinha tudo para seguir os passos do pai. Teimou, teimou e como todo garoto brasileiro, arriscou-se no mundo da bola.

No entanto, uma contusão no joelho, quando defendia o Cruzeiro de Porto Alegre, frustrou os planos de Diogo. Voltou para o Rio. O mundo deu voltas, o tempo passou, até que Diogo começou a se familiarizar com as rodas de samba e aceitar convites para dar canja.

A diversão virou coisa séria e o filho honrou o sobrenome de sambista. Gravou em 2007 o CD e DVD Diogo Nogueira Ao Vivo. Fez um golaço. Em outro campo, é verdade, mas valeu do mesmo jeito.

Em 2009 lançou outro trabalho, Tô Fazendo a Minha Parte e no final do maio deste ano gravará o DVD deste projeto.

Com show marcado nesta sexta (14) e no sábado (15) no Citibank Hall em São Paulo, o sambista conversou com o R7 sobre o peso de carregar um sobrenome tão respeitado, a mudança do futebol para a música e as expectativas para o show e o novo projeto.

R7 – Diogo, seu sonho era ser jogador. Nunca passou pela sua cabeça ser sambista?

Diogo Nogueira - Eu nunca quis ser sambista, cantor, nada disso. Queria ser jogador e até atuar em alguns clubes. Mas machuquei o joelho quando estava no Cruzeiro de Porto Alegre e tive que voltar para o Rio.

R7- Quando você percebeu que sua praia era o samba?

Diogo - Foi quando começaram a surgir convites para cantar em rodas de samba. Sempre recusei, mas freqüentava os sambas para me divertir. Comecei a dar canja e gostei. Chegou um certo ponto que eu tive que montar uma banda. Senti que estava me tornando profissional, uma coisa séria. Começamos a se apresentar em casas de show de nome até gravarmos o primeiro DVD.

R7- Não dá pra negar o sobrenome que você carrega. É um peso ser filho do João Nogueira?

Diogo - Tenho o maior orgulho de carregar esse nome. Meu pai era meu irmão, saíamos, conversávamos, jogávamos bola juntos.
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Não tem porque eu renegar esse nome, pelo contrário, tenho que ter orgulho e felicidade de ser um Nogueira.

R7- Mas existe uma comparação com o seu pai, principalmente por você cantar o mesmo gênero que ele...

Diogo - A comparação sempre existe mas eu não me preocupo. Isso ajuda e prejudica. Sempre consegui fazer meu trabalho com tranquilidade e nunca parei pra ficar ouvindo essas pessoas que fazem essas comparações. Mas o nome também me ajudou bastante, ser filho de um cara como meu pai, digno, com muitas amizades...

R7- Sobre Tô Fazendo Minha Parte, como foi a escolha do repertório?

Diogo - Eu procurei escolher canções que tivessem a ver comigo, com meus sentimentos. Coisas que eu gosto de cantar, normalmente ligada a fé, ao Brasil, ligada ao trabalhador. Gravamos em cima disso e achamos o repertório perfeito. Um repertório com Arlindo Cruz, Wilson das Neves, Ivan Lins, Chico Buarque...

R7- Tem até uma música do CD que a letra é do Chico Buarque e foi um presente, vamos dizer assim, para você...

Diogo - A história do Chico é engraçada. Eu estava no carro, com o disco fechado, sendo prensado e ele me ligou. Diogo, aqui é o Chico. Perguntei que Chico e ele respondeu, o Chico Buarque, p...! (risos) Conversamos e ele me falou que tinha uma música que era para mim, que se eu cantasse ficaria maravilhosa. Pedi a música, ouvi e liguei para meu empresário mandando parar a prensagem do CD. Enfim, todo mundo gostou da música e gravamos em apenas dois dias. Uma versão maravilhosa com a participação do Chico.

R7- Há algo planejado para quando a turnê de Tô Fazendo Minha Parte acabar?

Diogo - Vamos gravar o DVD deste trabalho em maio e começar a trabalhar a divulgação em cima dele. É o mesmo nome mas é outro trabalho, a gente não para não e vamos divulgar para todo Brasil.

R7- Para finalizar, quais as expectativas para os shows em São Paulo nesta sexta (14) e no sábado (15)?

Diogo - O público de São Paulo é muito carinhoso, um público bom. E a surpresa é que devo cantar musicas inéditas, que estarão no DVD. O show vai estar bem diferente, bem novo e quero deixar esse convite para o show a todos.