Fafy Siqueira foi escolhida pela própria Dercy Gonçalves para interpretá-la, e já está tudo pronto para estrear o espetáculo Dercy por Fafy. A data já teria sido marcada, não fosse pela dificuldade de encontrar patrocínio.
Em conversa com o R7, a atriz protesta a postura das grandes empresas, que não querem vincular seu nome ao da célebre ex-vedete.
- Estamos em uma luta diária para acabar com o preconceito que existe contra a Dercy. Até agora não conseguimos patrocínio para o espetáculo. Já ouvimos de tudo sobre o assunto. O pior é ter a certeza de que ninguém conhece a verdadeira história dessa grande mulher.
Grandes Magazines e uma rede de lojas de roupas femininas chegaram a procurar a produção da peça, mas, no final, disseram que a Dercy não foi o tipo de mulher que podia representá-las.
O problema, alegado pelas empresas procuradas, é o fato de Dercy ter ficado conhecida por conta dos palavrões que falava. Mas sua vida e história não se resumem a isso.
- A Dercy não era só palavrão. Ela revolucionou o teatro brasileiro. Fez muito pela televisão. A história dela é incrível. Ela era do tipo que fazia, não ficava no blá blá blá. A peça mostra isso, mostra a mãe, a mulher, a patroa que ela foi. Isso é conservadorismo mentiroso. Um absurdo.
E Fafy ainda defende:
Os humorísticos da TV aberta falam palavrões, óbvio que a peça que fala da Dercy também tem. Mas isso é secundário diante de sua magnífica história de vida.
Além da boa história garantida, o espetáculo foi escrito por Maria Adelaide Amaral e a direção é de Marília Pêra.
A intérprete da ex-vedete assegura que a busca por patrocínio não vai parar. “Continua a luta”, ela diz.
Dercy por Fafy vai retratar o grande teatro revista das décadas de 1940 e 1950, época em que Dercy brilhou pelos palcos brasileiros. Logo na primeira cena da peça, isso fica bem claro. Ela chega para entrar no céu e é recebida por São Pedro dizendo que ela não pode entrar porque fala muito palavrão. Nesse momento ela diz que vai, então, mostrar tudo o que ela fez.