Mesmo desempregado e endividado, Marcos Winter resolveu apostar na produção da peça Monólogos da Marijuana. Ele está em cartaz desde terça-feira (20) com a montagem independente no Teatro dos Quatro, na Gávea, zona sul do Rio.

Sem renda fixa há cinco anos, o ator se desfez, ao longo desse período, da casa que tinha em Vargem Pequena, na zona oeste da cidade, para sobreviver, e agora só tem como patrimônio o fusquinha que possui desde os 14 anos de idade.

- Está tudo bem complicado. Estou sem casa própria e morando numa casinha alugada no Recreio dos Bandeirantes. Hoje olhei meu extrato no banco e o bicho está pegando.

Apesar das dificuldades, Winter mergulhou na empreitada.

- Queria colocar a peça em cartaz, pois tenho muito para oferecer como bom profissional que sou.

O ator, que trabalhou durante 16 anos seguidos na Globo, depois foi para Record, onde fez apenas a novela Essas Mulheres, e passou pelo SBT, onde participou da trama Vende-se um Véu de Noiva, atribui a fase difícil ao excesso de atores no mercado e a sua falta de hábito de fazer contatos com autores de novela e de visitar produtores de elenco.

- Hoje a demanda é muito grande e não aprendi a ficar indo de sala em sala de produtores de elenco. A minha arma é o potencial do meu trabalho.

Ao R7, Winter ainda explicou a opção de investir no debate polêmico sobre a maconha para abrir novas portas na carreira.

- Queria trazer à tona essa história, a que muitos se dedicam como promotores públicos, por exemplo. Na verdade satirizamos o assunto, sem fazer apologia. Não perdoamos o universo dos usuários. Tratamos de forma absolutamente engraçada.

O texto da peça é dos autores americanos Arj Barker, Doug Benson e Tony Camin e Marcos o descobriu durante uma viagem ao Chile.

No elenco ainda estão Stella Brajterman e Felipe Cardoso. A peça também tem produção e direção de Emílio Gallo.