Deslizamentos de terra em Angra dos Reis (RJ), na Costa Verde fluminense, causaram 19 mortes na madrugada desta sexta-feira, informou em nota o governo do estado. Na Praia do Bananal, em Ilha Grande, 11 corpos foram retirados em terra e três encontrados no mar. Um deslizamento atingiu a pousada Sankay e casas vizinhas. Outro deslizamento de terra matou ao menos cinco pessoas no Morro do Carioca no Centro de Angra
Ainda segundo o governo do estado, mais de 80 bombeiros trabalham no resgate na Praia do Bananal, com o apoio de 20 policiais militares e civis. Ainda não se sabe quantas pessoas continuam sob os escombros. No Morro do Carioca, 40 bombeiros trabalham nas buscas. Os corpos estão sendo levados para o Instituto Médico-Legal de Angra dos Reis. Na madrugada, cinco feridos foram retirados e levados para o Hospital da Vila do Abraão, também em Ilha Grande.
De acordo com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, os corpos de turistas encontrados na pousada serão encaminhados para o Instituto Médico-Legal do Rio, já os de moradores da região serão levados para o IML de Angra. Há mais pessoas sob os escombros e em quatro casas vizinhas, que também foram atingidas pelo deslizamento.
No Centro de Angra dos Reis, a Defesa Civil disse que 22 pessoas estão desaparecidas no Morro da Carioca, onde um deslizamento de terras atingiu várias casas. O vice-governador, o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, o prefeito Tuca Jordão e o ex-prefeito Fernando Jordão estão acompanhando os trabalhos dos bombeiros no Bananal. Pezão acredita que o número de vítimas pode chegar a 40.
A encosta desceu sobre a pousada, que é uma das mais luxuosas da Ilha Grande. O deslizamento ocorreu às 3h30m. A maioria dos hóspedes estava dormindo - disse Fernando Jordão.
Casas e pousadas sob toneladas de lama
Mais de 80 bombeiros participam das buscas, com o apoio de 20 homens das polícias Militar e Civil, além da Marinha. O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, disse que ainda não há informação precisa sobre quantas pessoas continuam soterradas, mas as chances de resgatá-las com vida são muito pequenas.
As casas e a pousada estão debaixo de toneladas de lama. Segundo o comandante, o resgate é mais difícil porque não é possível utilizar equipamentos pesados para não correr o risco de o terreno ceder. Os bombeiros fazem um trabalho manual com pás e picaretas. Eles ainda tentam encontrar as vítimas da pousada.
Estado de calamidade pública
O prefeito de Angra decretou estado de calamidade pública no município. A tradicional procissão marítima de Angra, realizada no primeiro dia do ano, foi suspensa por falta de segurança no mar.
Segundo Jordão, 500 pessoas estão desabrigadas. Por causa das chuvas, boa parte da Ilha Grande está sem luz. Com isso, os telefones e os sistemas de rádio da ilha estão sem funcionar, dificultando a comunicação com a localidade.
Por causa de deslizamentos de terra, há bloqueios nos dois sentidos da Rodovia Rio-Santos . A orientação da Polícia Rodoviária Federal é para que os motoristas não se dirijam para a rodovia nem saiam de Parati em direção a São Paulo.
Chuvas começaram na quarta-feira
Segundo o secretário de Governo e Defesa Civil de Angra, Alexandre Soares, informou que o município foi castigado por um grande volume de chuva num curto período de tempo:
- O município foi pego por uma chuva absurda num curto espaço de tempo. Por mais medidas que a prefeitura adotou ao longo dos anos, como contenções de encostas etc, o volume foi muito grande, o que ocasionou diversas ocorrências em Angra dos Reis - disse Soares.
Segundo ele, as chuvas começaram às 15h de quarta-feira e só pararam às 7h desta sexta, mas foram os temporais da madrugada desta sexta que provocaram os deslizamentos na Praia do Bananal e em morros como o da Carioca, da Glória e do Abel.