O revezamento brasileiro do 4 x 100 m rasos foi responsável pelas
maiores glórias masculinas nos últimos dez anos. No período, a equipe
conquistou duas medalhas mundiais (bronze em 1999 e prata em 2003) e
uma olímpica (prata em Sydney-2000). Porém o time chega ao Mundial de
Berlim sob muita desconfiança e visivelmente incomodado com o escândalo
de doping, que flagrou seis atletas que viriam para o evento na
Alemanha, incluindo dois velocistas O assunto virou um tabu na equipe e os atletas foram instruídos a
evitar maiores comentários sobre a questão, mas admitem que o caso
abalou o time. "Estão todos abatidos. O que aconteceu foi muito grave e
estamos tentando esquecer", explicou Sandro Viana, durante um evento de
uma empresa de material esportivo nesta manhã de sexta-feira.
"É
um assunto que eu prefiro não comentar muito", definiu Basílio de
Moraes, que também participará dos 100 m rasos neste sábado. "O dia do
escândalo foi o mais estranho da minha vida, mas temos de aprender a
conviver com isso. Foi um golpe forte, mas temos atletas experientes
que podem superar isso", disse Viana.
O revezamento perdeu os
atletas Bruno Tenório e Jorge Célio Sena, que foram flagrados com EPO
(eritropoetina) em exame realizado fora do período de competição.
Lucimara Silvestre (heptatlo), Luciana França (400 m com barreiras) e
Josiane Tito (revezamento 4 x 400 m) também foram pegos com a mesma
substância, enquanto Lucimar Teodoro (400 m com barreiras) teve exame
positivo para o estimulante femproporex. Os seis foram suspensos por
dois anos.
Com a saída de Tenório e Sena, o técnico Katsuhico
Nakaya teve de mudar a formação e deverá escalar Sandro Viana no lugar
de Tenório. Os outros titulares são Vicente Lenílson, José Carlos
Moreira e Basílio de Moraes. "A gente vem treinando forte, o Vicente
deve abrir, depois sou eu, seguido pelo Basílio e o José Carlos. Nós
somos experientes e confiamos nisso para trazer um bom resultado e
esquecer tudo o que passou", afirmou Viana.
Nos últimos dois
anos, o Brasil esteve muito próximo de conquistar a medalha na prova,
sendo quarto colocado no Mundial de Osaka-2007 e nas Olimpíadas de
Pequim-2008. "Estamos batendo na trave. Agora é subir este degrau que
falta", destacou Viana. A briga do Brasil, porém, deve ser pela medalha
de bronze, já que EUA e Jamaica são favoritos absolutos na prova.do revezamento.

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