Índios de Mato Grosso do Sul se matam por amor e paixão, analisa antropólogo
No ano passado, 94 índios tiveram morte violenta. Segundo
levantamento feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), foram 60
assassinatos e 34 suicídios. As mortes estão concentradas entre os Guarani
Kaiowá,
Para o Cimi, as mortes ocorrem, entre outras causas, devido a conflitos entre os indígenas pressionados pelo avanço do agronegócio sobre as terras que ocupavam. A concentração de índios em reservas, demarcadas ainda no tempo da República Velha, força o convívio entre famílias inimigas e potencializa as tensões. Essa não é, no entanto, a única razão para as mortes.
Além dos males fundiários, enfrentados por diversos indígenas em todo o território nacional, há outras razões mais universais afligindo os índios que vivem no cone sul de MS.
O sentimento de paixão, o amor proibido e o conflito de gerações afetam tragicamente os Guarani Kaiowá, explica o antropólogo Fábio Mura, que desde 1991 estuda a etnia e é doutor em antropologia social pelo Museu Nacional no Rio de Janeiro e professor pela Universidade Federal da Paraíba.
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