O Chivas Guadalajara e o San Luis ameaçaram deixar a Copa Libertadores se São Paulo e Nacional de Montevidéu não aceitarem jogar no país pelas oitavas-de-final da Copa Libertadores com o pretexto de evitar a pandemia da gripe suína.
Apesar do nome, a gripe suína não apresenta risco de infecção por ingestão de carne de porco e derivados.
Em declarações à imprensa mexicana, Jorge Vergara, presidente do Chivas, e Eduardo del Villar, à frente do San Luis, disseram que o México deve ser respeitado e os adversários devem viajar ao país.
Na quinta, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) consultou as diretorias de São Paulo e Nacional, que disseram que não jogarão no México por conta do surto da doença - cujo saldo na nação é de 45 mortes e 1.364 infectados.
O diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, negou a possibilidade e disse que "é preocupante" jogar no país.
As autoridades mexicanas autorizaram a volta das aulas - mas de forma escalonada - e a reabertura de restaurantes, estádios de futebol e outros locais, ao considerar que a situação vem melhorando.
Um setor da imprensa mexicana atribui a recusa ao "medo" de os mexicanos vencerem a Libertadores, torneio que disputam como convidados da Conmebol.
"Se as portas estão abertas para o futebol mexicano, estão abertas para a Libertadores. Não é desculpa nem pretexto", disse Vergara à imprensa.
Del Villar disse estar "ofendido" e disse que não permitirá humilhações, em referência aos atos de suposta discriminação sofridos pelos times mexicanos na Copa Libertadores.
Depois do surgimento da gripe suína no México, a participação de Chivas e San Luis na Libertadores tem sido bastante complicada. Os jogadores do Chivas foram submetidos a exames semana passada na cidade chilena de Viña del Mar, onde enfrentaram o Everton pela última rodada da primeira fase. Além disso, a delegação foi vítima de discriminação em um shopping local.
Após a partida, que terminou empatada por 1 a 1 e garantiu o Chivas nas oitavas, a Conmebol suspendeu o zagueiro mexicano Héctor Reynoso, que fingiu ter a gripe para intimidar o adversário.
O México participa da Libertadores desde 1998. Embora alguns clubes reclamem ter sido vítima das arbitragens, jamais ameaçaram deixar o torneio. O melhor desempenho do país foi em 2001, quando o Cruz Azul perdeu a final para o Boca Juniors.

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