A médica Nádia Tamyres Silva Lima, que responde em liberdade pelo assassinato do ex-marido, o também médico Alan Carlos de Lima, voltou a atuar na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca. O retorno ocorreu após autorização da Justiça.
Durante a circulação fora do setor e nos horários de visita aos pacientes, a médica é acompanhada por dois seguranças particulares à paisana, contratados para garantir sua proteção. A presença da profissional na unidade tem causado apreensão entre alguns funcionários, que consideram o retorno precoce e relatam temor quanto à segurança de pacientes e da equipe. Nádia Tamyres presta serviços ao HEA desde 2021.
Em nota, a direção do hospital informou que a médica está legalmente autorizada a exercer suas atividades profissionais, em cumprimento a decisões judiciais e do Conselho de Medicina. A administração da unidade não detalhou a contratação dos seguranças que acompanham a profissional durante os plantões.
O caso
O médico Alan Carlos de Lima foi morto no dia 16 de novembro, em frente a um posto de saúde na zona rural de Arapiraca. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Nádia Tamyres abordou o ex-marido, que estava dentro de um veículo, e efetuou os disparos. Alan Carlos morreu no local.
A médica foi presa em flagrante horas depois, em Maceió, e indiciada por homicídio qualificado por motivo fútil e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Segundo o delegado Everton Gonçalves, da Delegacia de Homicídios de Arapiraca (DHA), as imagens e a confissão da investigada comprovaram a autoria e a intenção de matar. A versão de legítima defesa apresentada por ela não foi confirmada pela investigação.
No dia 17 deste mês, o desembargador Ivan Vasconcelos Brito Júnior, da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), concedeu liminar em habeas corpus e substituiu a prisão por medidas cautelares. Na decisão, o magistrado considerou que a acusada possui residência fixa, profissão lícita, sanidade mental comprovada e não representa risco à sociedade, podendo responder ao processo em liberdade.
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