O Brasil registrou pouco mais de 2,38 milhões de nascimentos em 2024, segundo dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa uma queda de 5,8% em relação a 2023, quando foram contabilizados 2,52 milhões de nascidos vivos — o maior recuo percentual dos últimos 20 anos.
Em Alagoas, o comportamento segue a tendência nacional de redução da fecundidade, mas o estado se destaca no perfil etário das mães. 15,5% dos nascimentos registrados em 2024 ocorreram entre mulheres com até 19 anos, índice que coloca Alagoas entre os estados com maior proporção de mães adolescentes no país.
O percentual alagoano é superior ao observado em estados do Sul e Sudeste e aparece ao lado de unidades da Federação da Região Norte e do Nordeste, como Acre (19,8%), Amazonas (19,1%) e Maranhão (18,6%). O dado contrasta com realidades como a do Distrito Federal, onde quase 50% dos nascimentos são de mães com mais de 30 anos.
Tendência nacional de queda e envelhecimento da população
Os números de 2024 aprofundam uma tendência já observada nos últimos seis anos. A gerente da pesquisa, Klivia Brayner, avalia que a redução no número de nascimentos confirma o cenário apontado pelo Censo 2022, de queda contínua da fecundidade no país.
A demógrafa Cintia Simões Agostinho explica que o fenômeno está diretamente ligado ao envelhecimento da população brasileira e à diminuição do número de mulheres em idade reprodutiva, faixa que compreende dos 15 aos 49 anos.
Distribuição dos nascimentos no país
Em média, o Brasil registrou em 2024:
198 mil nascimentos por mês
6,6 mil por dia
275 por hora
Março foi o mês com maior número de registros, somando 215,5 mil nascimentos, seguido por maio e abril. Já novembro e dezembro apresentaram os menores volumes.
Registro dentro do prazo legal
O levantamento do IBGE identificou ainda 65,8 mil nascimentos ocorridos em anos anteriores, mas registrados apenas em 2024. Considerando somente os nascidos no ano passado, 88,5% tiveram o registro feito em até 15 dias, conforme determina a legislação, e 98,9% em até 90 dias.
Deslocamento para o parto
Os dados mostram que 34,3% dos nascimentos no Brasil ocorreram em municípios diferentes do local de residência da mãe, o que evidencia desigualdades na distribuição dos serviços de saúde. Em estados nordestinos como Sergipe e Pernambuco, mais da metade das mulheres precisou se deslocar para dar à luz.










