É bem verdade que a decisão está suspensa, mas ainda que não dê em nada daquilo que os cidadãos comuns consideram como “justiça efetiva”, a sentença da juíza Marina Bellini, da 5ª Vara da Fazenda Estadual de Belém – que “anulou” a nomeação da primeira-dama do Estado como conselheira do TCE do Pará -, chama a atenção para o escândalo moral que é essa prática nefasta de governadores (e ex) pelo país.

Daniela Lima Barbalho, esposa do governador Helder Barbalho, ganhou o cargo de presente da dobradinha Assembleia Legislativa e governador do Estado – quem assinou a nomeação foi o interino (essa turma gosta de gozar com a cara das pessoas simples).

É grande a confusão na Justiça do Pará: a juíza anulou a nomeação, o presidente do Tribunal de Justiça suspendeu a decisão da magistrada - assim como o ministro Toffoli -, mas sem julgar o mérito da questão.

A juíza apontou “nepotismo cruzado” (será??).

Essa prática nefasta, debochada e arrogante, de acumulação de gordos salários para famílias que já são ricas, vem se espalhando pelo país (são sete, no total) num escárnio coletivo.

Além do Pará, Alagoas, Piauí, Ceará e Bahia adotaram recentemente esse modelo de desrespeito ao eleitor e ao erário.

Quem sabe o exemplo da magistrada paraense seja seguido, ainda que a hermenêutica de cada lugar reflita o poder local.