O clima político em Palmeira dos Índios voltou a esquentar após a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) na segunda-feira (24), destinada a discutir a possível demarcação de terras no município. O evento, que deveria esclarecer dúvidas da população, acabou marcado por desconfortos e acusações diretas contra o vereador Lúcio Carlos, apontado como pivô do mal-estar.

Na sessão desta terça-feira (25), o vereador Salomão Torres fez um discurso duro e direto. Da tribuna, ele acusou Lúcio Carlos de ter adotado “atitudes pequenas e mesquinhas” ao supostamente controlar a lista de participantes da audiência e impedir que outros parlamentares se manifestassem.

Segundo Salomão, ficaram de fora da pauta na ALE não apenas ele, mas também os vereadores Helenildo Neto, Luiz Eduardo e Clevinho de Minador do Negrão, todos excluídos “no intuito dele aparecer só”.

Nos bastidores, outra situação aumentou o desgaste: o advogado Adeilson Bezerra, que atua diretamente no Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa dos proprietários de terras, foi deixado de fora da mesa de autoridades, durante a audiência.

A seleção de quem ocupou a mesa reforçou a percepção de direcionamento político, atribuído a uma articulação envolvendo Lúcio e o deputado Cabo Bebeto.

Enquanto o ex-prefeito Júlio Cezar não havia sido mencionado inicialmente, entre os convidados, para compor a mesa, fato que gerou incômodo entre seus aliados, o também ex-prefeito James Ribeiro foi convocado ao palco, fez críticas duras à prefeita Tia Júlia e recebeu aplausos entusiasmados.

A diferença de tratamento ocorreu à vista de todos e intensificou rumores de que a audiência teria sido usada como vitrine política para determinados grupos, com aval de Lúcio Carlos.

As declarações repercutiram imediatamente no plenário e reforçaram o mal-estar entre os vereadores. Parlamentares que também se sentiram excluídos da audiência afirmaram que a condução do evento reforça um padrão de comportamento de Lúcio Carlos baseado em seletividade e busca de protagonismo.

O episódio aprofunda a crise interna no Legislativo e coloca Lúcio Carlos no centro de um desgaste político crescente.

O vereador ampliou as críticas ao afirmar que Lúcio Carlos estaria usando a discussão sobre a retirada da maternidade 100% SUS do novo hospital para criar um clima de confronto com o Legislativo.

Salomão acusou o colega de tentar jogar a população contra a Câmara, inflando um tema sensível para obter vantagem política.

Segundo ele, o debate foi distorcido de forma deliberada: “Ele está criando uma narrativa para colocar o povo contra nós. Isso é irresponsável e perigoso.”.

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