A Novonor, antiga Odebrecht, e seus bancos credores já têm acordo em pontos-chave para transferir o controle da Braskem para a gestora IG4 Capital. A formalização deve ocorrer até a próxima semana, segundo apurou a Coluna Broadcast, do Estado de S. Paulo. 

Segundo informações, a IG4 foi contratada por Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES para alocar as ações de controle em um fundo e administrar a empresa em parceria com a Petrobras.

Entre os termos acertados, a Novonor manterá cerca de 4% do capital total da Braskem após a operação. Fontes indicam que ainda há pendências sobre a estrutura jurídica da transferência das ações, mas os pontos principais já estão definidos.

As ações da Braskem servem como garantia de empréstimos tomados pela Odebrecht antes da recuperação judicial, em 2020. Desde agosto, Novonor e bancos discutem a transição, e os credores decidiram assumir a liderança do processo neste ano.

A dívida vinculada às ações soma aproximadamente R$ 19 bilhões, incluindo juros acumulados. Os bancos já haviam sinalizado que poderiam executar a garantia caso não houvesse acordo amigável.

Nos últimos anos, a Braskem realizou poucos investimentos transformacionais, em razão da expectativa por um novo controlador. Além disso, a empresa enfrenta alta alavancagem financeira, incertezas provocadas pelo afundamento do solo em Maceió — que afetou cinco bairros e deslocou cerca de 60 mil pessoas — e a instabilidade nos preços globais dos petroquímicos.

Um acordo recente com o Estado de Alagoas trouxe mais previsibilidade, com pagamentos a longo prazo, o que ajudou a avançar as negociações.

Em setembro, a Braskem contratou o banco Lazard como assessor financeiro e os escritórios E. Munhoz e Cleary Gottlieb como assessores jurídicos. A dívida líquida ajustada da companhia somava US$ 6,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, com alavancagem de 10,59 vezes.

A empresa também acessou recentemente uma linha de crédito rotativo internacional de US$ 1 bilhão, com prazo de um ano. Os assessores continuarão atuando ao lado da IG4 durante a transição.

Bancos e Novonor não comentaram o assunto.

Com informações do Estado de S. Paulo