O ex-prefeito, e atual secretário de Estado de Relações Federativas e Internacionais, Júlio Cezar, se pronunciou em vídeo nas redes sociais, na noite desta quarta-feira (12), sobre o processo de demarcação das terras Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, e apresentou uma posição firme e equilibrada sobre o tema.

Histórico e defesa do diálogo

No vídeo, Júlio fez um resgate histórico, lembrando que o processo começou em 2008 com um levantamento antropológico e foi reconhecido pelo Ministério da Justiça em 2010.

Segundo ele, é hora de tratar o assunto “com responsabilidade, e não com palanque político”.

“Não adianta criar palanque nem procurar culpados. Eu não culpo ninguém. O que defendo é diálogo e equilíbrio”, disse.

Críticas à forma de atuação da Funai

O secretário criticou a postura da Funai, que vem realizando abordagens ostensivas acompanhada de forças policiais em pequenas propriedades causando pânico pra os produtores.

Ele destacou que, em nenhum momento, o município foi chamado a participar formalmente das discussões.

“Nem quando eu era prefeito, nem agora com a prefeita Tia Júlia, a Funai procurou o município para conversar. Mas sempre estivemos abertos ao diálogo”, afirmou.

Posição firme e mediadora

Júlio Cezar reafirmou que defende uma solução negociada, com indenização justa e de mercado para os proprietários de boa-fé, caso a demarcação avance.

“Não podemos aceitar um modelo que tira o trabalhador da sua terra de uma hora para outra. O próprio presidente Lula já disse: é guerra de pobre contra pobre”, pontuou.

Ele também elogiou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que estima em mais de 10 mil agricultores as famílias que vivem nas áreas afetadas.

PGR recomenda conciliação

Júlio destacou ainda o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que recomenda a criação de mesas de negociação e conciliação em situações de conflito fundiário.

Para ele, essa é a prova de que o diálogo é o único caminho para a paz social.

Contexto de tensão

A manifestação de Júlio ocorre após a presença da Polícia Federal em Palmeira dos Índios para monitorar ameaças e tensões em torno da demarcação.

O secretário afirmou que o Brasil não aceita mais divisão e pediu que “respeitem Palmeira e a história do seu povo”.