Durante a sessão plenária desta terça-feira (04), o deputado estadual Cabo Bebeto (PL) criticou o que classificou como o avanço da “militância ideológica” dentro das universidades públicas. O parlamentar comentou a decisão do Conselho Superior Universitário (CONSUNI) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que aprovou a implementação de cotas específicas para pessoas trans no próximo vestibular da instituição.

“Mês passado, eu trouxe ao plenário a notícia de que a UFPE criou uma turma específica para integrantes do MST. Hoje, o CONSUNI da UFAL decidiu que, no próximo vestibular, vai haver cotas de vagas para pessoas trans. Esse conselho é formado por professores, diretores, técnicos e estudantes da UFAL”, destacou o deputado.

Cabo Bebeto criticou a composição do conselho e afirmou que muitos dos membros agem movidos por motivações políticas. Segundo ele, “militantes de esquerda ocuparam os cargos públicos e usam a universidade para espalhar suas ideologias”.

O parlamentar ressaltou que reconhece os direitos de todos os cidadãos, independentemente da orientação sexual, mas ponderou que a condição de ser transgênero não deve ser usada como critério de seleção em universidades públicas.

“Eu acredito que todas as pessoas têm direito de concorrer a uma vaga na universidade pública. Não importa se a pessoa é hétero, gay ou trans. Agora, ser transexual ou transgênero não pode ser critério para entrar numa universidade pública”, afirmou.

“Eu só quero ver como vai ser a banca de avaliação para julgar se a pessoa é trans ou não. O que o estudante vai precisar mostrar para provar que realmente é trans?”, provocou.

O deputado também enviou um recado aos defensores da medida, chamando-os de “desocupados” e pedindo reflexão.

“Aconselho e sugiro a esses desocupados que reflitam melhor e ouçam a população. Isso é uma palhaçada com o dinheiro público. O que fica claro é que usam os cargos públicos para impor a sua vontade. Mais uma vez, a UFAL faz vergonha ao alagoano”, disse.

Ele afirmou ainda que vai acionar a Justiça “em nome dos alagoanos que estudam e fazem por onde entrar na universidade”.

Encerrando sua fala, Cabo Bebeto disse que “se for para ter cota, que seja social, pois, no discurso de proteger, o que fazem mesmo é segregar”, finalizou.