A Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco foi até o povoado Ilha do Ferro, em Pão de Açúcar, para saber a qualidade da água que a comunidade consome. E o resultado foi positivo: ela é própria para consumo humano. Em relação a outras etapas, programa comemora evolução do sistema de abastecimento no local.
A visita realizada pela equipe Abastecimento de Água Rural na terça-feira (26) levou técnicos para o povoado conhecido pela produção original de artesanato. No chamado “caminho da água”, foram inspecionadas as estruturas de captação, tratamento e distribuição do líquido.
Durante a captação, os técnicos da FPI constataram que a retirada da água ocorre direto no Rio São Francisco, com adequada restrição de acesso ao local do maquinário, nas conformidades de segurança previstas na legislação vigente.
No momento, há um processo de solicitação de outorga de captação em andamento na Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e também técnico industrial responsável pela manutenção do equipamento.
Na sequência, a fiscalização passou por residências e ateliês de onde foram coletadas amostras de água. A FPI também inspecionou o maquinário da estação de tratamento da água e não encontrou nenhuma irregularidade.
“Das três amostras coletadas na rede de abastecimento do povoado Ilha do Ferro, todas apresentam resultados dentro dos padrões de potabilidade. Isso porque, no ato de coleta, detectamos a presença de Cloro Residual Livre dentro dos padrões, turbidez abaixo do valor máximo permitido e ausência de Coliformes Totais e E. Coli”, explicou a coordenadora da equipe, Isabel Castro, após análise da água feita no laboratório itinerante da Secretaria de Estado de Saúde de Alagoas.
Por consumo de água, entende-se todo uso dela na forma doméstica. Para além da ingestão, consumir o líquido inclui o doméstico (escovar os dentes, tomar banho, cozinhar, lavar roupas) e produção de bens e serviços.
Água contaminada transmite doenças
A FPI do São Francisco comemorou os avanços no sistema de abastecimento no município de no povoado de Pão de Açúcar: “Antes só havia a captação. Captava-se água do rio, colocava no reservatório, numa caixa d'água e distribuía para a população. É o que a gente considera uma ‘água bruta’. Porque não passa por nenhuma etapa de tratamento. Essa sim põe em risco a população em relação ao adoecimento”, disse Isabel Castro
A água contaminada é um dos principais veículos de transmissão de doenças de “Veiculação hídrica” Entre as mais comuns estão a diarreia, a hepatite A, a febre tifoide e a cólera. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), as chamadas doenças diarreicas matam cerca de 485 mil pessoas por ano no mundo, muitas delas crianças. No Brasil, surtos regionais ligados ao consumo de água imprópria ainda são registrados, sobretudo em áreas com saneamento básico precário.
Em Alagoas, episódios de doenças relacionadas à água também representam uma preocupação. Municípios do semiárido, que dependem de sistemas simplificados de abastecimento ou de poços artesianos, muitas vezes enfrentam problemas de contaminação por bactérias, resíduos químicos ou excesso de sais. Nesses casos, a atuação da FPI é vista como essencial, já que o monitoramento contínuo possibilita identificar os riscos e cobrar soluções imediatas.
Composição da equipe
A equipe de Abastecimento de Água Rural é composta pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 3ª Região (CRT-3) e Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau).