Uma iguana-verde (Iguana iguana) da caatinga em estado crítico foi salva graças à rápida atuação de técnicos da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco em Alagoas. O animal foi entregue de forma voluntária na segunda-feira (25) a integrantes do programa, em hospedagem em Santana do Ipanema. O animal foi prontamente atendido pelo Instituto SOS Caatinga, em São José da Tapera, onde possui uma sede.

De acordo com a equipe, a iniciativa partiu de um morador da cidade que havia visto a iguana duas vezes no quintal de sua residência. Ao perceber que o animal estava debilitado, ele buscou ajuda com integrantes da FPI, que estavam hospedados em um hotel próximo. A decisão de pedir socorro foi decisiva para salvar a vida da iguana.

Segundo o médico-veterinário Rick Andrade, do SOS Caatinga, a iguana chegou muito debilitada, em choque e com fratura grave em uma das patas, situação que representava alto risco de morte. A avaliação clínica apontou que havia possibilidade de estabilização e, imediatamente, a equipe realizou procedimentos de emergência, incluindo anestesia, administração de antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios, além de fluidoterapia.

O animal permanece em observação, recebendo alimentação assistida com folhas de hibisco e couve, até que recupere condições para se alimentar sozinho.

“Essa iguana apresentava duas lesões graves nas pernas e precisou de intervenção imediata devido à gravidade. Após os primeiros cuidados, seguirá em recuperação até poder ser encaminhada ao Cetas, onde continuará o tratamento e poderá, futuramente, voltar à natureza”, explicou o médico-veterinário Rick Andrade, do Instituto SOS Caatinga.

Destino dos animais entregues

Quando entregues de forma voluntária à FPI, os animais silvestres recebem cuidados de equipes especializadas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), e, quando possível, são reabilitados para retornar ao habitat natural.

No caso da iguana, a previsão é de que permaneça em recuperação por pelo menos 45 dias. Após esse período, será reavaliada e, caso esteja apta, poderá ser solta novamente na natureza.

Animais em cativeiro

A equipe de fauna da FPI, coordenada pelo Ibama, reforça que manter animais silvestres em cativeiro, além de ser crime, traz riscos à saúde pública, pois esses animais podem transmitir diversas zoonoses ao serem retirados do ambiente natural.

Por outro lado, a entrega voluntária é um ato sem qualquer penalidade: quem entrega não sofre multa, não responde a processo e ainda contribui para a proteção da fauna.

 

Foto de Capa: Ascom/MPAL