A organização criminosa desmantelada durante a Operação “Falso Consignado” não se limitava somente a fraudes financeiras contra idosos. O grupo também recorria à violência contra pessoas que denunciavam suas atividades ou desobedeciam às ordens dos líderes. Embora o foco principal da quadrilha fosse a prática de estelionatos qualificados, ela mantinha ainda um braço violento responsável por ordenar execuções.

Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o núcleo responsável por eliminar supostos “cabuetas” atuava de forma articulada com a quadrilha financeira, garantindo que potenciais delatores fossem silenciados.

Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em maio de 2024, em Marechal Deodoro, quando uma mulher, utilizada como laranja pelo grupo, foi assassinada a mando do líder da organização. As investigações indicam ainda que ele chegou a planejar a morte da própria ex-esposa.

A polícia não descarta a participação dos investigados em outros homicídios no estado e pretende aprofundar as investigações.

O chefe do grupo, já preso no Presídio de Segurança Máxima (PSM) por homicídio qualificado, agora responde também por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

 

Operação “Falso Consignado"

A Polícia Civil de Alagoas, por meio da  Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), deflagrou a operação “Falso Consignado”, desarticulando uma organização criminosa especializada em fraudar idosos por meio da falsificação de documentos e contratação de empréstimos consignados não autorizados. 

Foram cumpridos 15 mandados de busca domiciliar e um mandado de prisão preventiva contra o líder do grupo, que já estava detido por homicídio qualificado e agora responde também por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O grupo utilizava fotos de idosos aliciados como laranjas para criar contas no sistema Gov.br e solicitar empréstimos de alto valor, transferindo os recursos por intermediários até o líder. Estima-se que as fraudes superem R$ 8 milhões, com prejuízos já identificados acima de R$ 1 milhão.

A organização era estruturada em núcleos especializados: falsificação de documentos, recrutamento de laranjas e proteção do patrimônio do líder, que se apresentava como construtor de imóveis. Entre os 12 investigados, cinco já tinham histórico de fraudes contra idosos ou o INSS, e o líder havia sido preso anteriormente pela Polícia Federal por crimes semelhantes.

As investigações foram conduzidas pela Divisão Especial de Combate à Corrupção, sob os delegados José Carlos André dos Santos e Maria Eduarda de Carvalho Barro.