O empate por 2 a 2 entre CSA e Ituano, na noite deste sábado (16), pela Série C do Campeonato Brasileiro, terminou em cenas de violência nas arquibancadas do Estádio Rei Pelé, em Maceió. O tumulto começou após a anulação de um gol azulino nos minutos finais e resultou em correria, confronto entre torcedores e Polícia Militar e ao menos uma torcedora ferida.

A mulher caiu das arquibancadas durante a confusão, foi socorrida por uma ambulância e encaminhada a uma unidade de saúde. Em meio ao caos, objetos foram lançados em campo e policiais usaram balas de borracha para conter a torcida.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram cenas de agressividade por parte da Polícia Militar. Em uma gravação, um torcedor aparece sendo espancado junto à grade por um policial, o que aumentou a revolta dos azulinos.

O CSA divulgou nota oficial repudiando a violência, destacando que a torcida é “seu maior patrimônio” e cobrando apuração rigorosa dos fatos, sem punições a inocentes. O clube afirmou ainda que “não é admissível que torcedores sejam agredidos no maior palco do futebol alagoano”.

Nas redes sociais, torcedores relataram abusos e criticaram a ação policial. Um deles afirmou ter sido agredido “covardemente” sem motivo. Outro disse que o afilhado de seis anos saiu traumatizado do estádio: “No caminho para casa, ele andava assustado, se agarrando em mim a cada barulho. Isso é inacreditável.”

Um frequentador do Rei Pelé há três décadas classificou a ação como “desproporcional” e um “massacre contra crianças, idosos e famílias que nada tinham a ver com a confusão”. Já outro relato destacou o desespero de mães diante de tiros e bombas em meio às crianças: “Foi abuso de poder contra quem não estava fazendo absolutamente nada.”

Em nota, a Polícia Militar informou que registrou casos de confusão generalizada dentro e fora do estádio. Segundo a corporação, durante a intervenção, diversos objetos contundentes foram arremessados em direção ao campo, ao árbitro e aos policiais.

A PM afirmou que, para preservar a integridade física dos militares e das famílias presentes, foi necessário o uso da força, incluindo instrumentos de menor potencial ofensivo, como disparos de elastômero, para dispersar os envolvidos e neutralizar o ataque. Os policiais feridos receberam atendimento médico no local.

A corporação lamentou as cenas registradas no estádio e reforçou que a paixão pelo futebol deve ser exercida de forma pacífica. A instituição também destacou que a ação criminosa praticada por um grupo de torcedores não representa a totalidade dos alagoanos que acompanham e apoiam seus times. Veja nota na íntegra:

NOTA - POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS

“A Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) vem a público manifestar-se a respeito do ocorrido na noite deste sábado (16), no Estádio Rei Pelé, durante a partida entre CSA e Ituano, válida pela Série C do Campeonato Brasileiro.

Ao final da partida, a PM registrou casos de confusão generalizada dentro e fora da praça esportiva. Durante a intervenção, diversos objetos contundentes foram arremessados na direção do campo, do árbitro e também contra os policiais. Em um dos casos, durante procedimento de desocupação da arquibancada, um homem de 29 anos foi preso por desacato. Ele resistiu à ação da PM e também estava entre os que arremessaram objetos. Foi necessária a intervenção do Pelotão de Choque.

Imagens do circuito de videomonitoramento do estádio mostram claramente aglomerados de torcedores atacando as patrulhas, incitando a violência, arremessando objetos, desferindo socos e pontapés contra os agentes de segurança pública e causando confusão por onde passavam. 

Para preservar a integridade física dos militares e das famílias que estavam no local, foi necessário empregar o uso da força, incluindo a utilização de instrumentos de menor potencial ofensivo, como disparos de elastômero, para dispersar os envolvidos e neutralizar o ataque. Os militares feridos receberam atendimento médico no local.

A Corporação lamenta as cenas vistas no estádio e salienta que a paixão pelo futebol deve ser praticada de forma salutar e pacífica. A instituição também entende que a ação criminosa praticada por um grupo de torcedores não representa a totalidade dos alagoanos que torcem por seus times do coração. Do mesmo modo, a Polícia Militar enfatiza que a ação policial deve ser a de realizar a segurança ostensiva e a promoção da paz, empregando a força quando necessário, dentro da proporcionalidade e da legalidade.

As imagens do videomonitoramento serão utilizadas para identificar os agressores e causadores do tumulto. Quanto aos possíveis excessos, serão abertos os procedimentos administrativos disciplinares cabíveis para rigorosa apuração dos fatos. As partes envolvidas serão ouvidas, tendo assegurado o direito constitucional ao contraditório e ampla defesa.”