Dados compilados pelo site votossenadores.com.br indicam que 37 senadores são favoráveis ao impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Outros 23 se posicionaram contra e 21 ainda não declararam voto.

Entre os três senadores de Alagoas, apenas Fernando Farias (MDB) é contrário ao processo. Renan Calheiros (MDB) e Dra. Eudócia Caldas (PL) ainda não definiram publicamente seus posicionamentos.

O pedido de impeachment é liderado pelo deputado Hélio Lopes (PL-RJ), que em julho realizou um protesto silencioso em frente ao Supremo. A iniciativa conta com o apoio dos parlamentares Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Cabo Gilberto (PL-PB), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Rodrigo da Zaeli (PL-MT).

No documento apresentado, os deputados acusam Moraes de crime de responsabilidade, abuso de autoridade, improbidade administrativa, censura e violação de garantias constitucionais, como a liberdade de expressão e a imunidade parlamentar. Alegam ainda que foram vítimas de perseguição política por parte do ministro e classificam como “arbitrária e ilegal” a decisão que ordenou a retirada do protesto.

O episódio que motivou o pedido ocorreu no fim de julho, quando Hélio Lopes tentou montar um acampamento na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à anistia dos réus pelos atos de 8 de janeiro. Ele também anunciou uma “greve de silêncio”.

No mesmo dia, Moraes acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), determinou a retirada imediata do acampamento, proibiu novos protestos na área e autorizou a prisão em flagrante de manifestantes em caso de resistência. A decisão foi fundamentada na ligação do ato com os acampamentos golpistas que antecederam os ataques às sedes dos Três Poderes em 2023.

A oposição intensificou a pressão sobre Moraes especialmente após ele ter sido incluído na lista de sanções dos Estados Unidos sob a Lei Magnitsky, que proíbe transações com instituições financeiras norte-americanas.