A determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou reações em aliados e opositores. as redes sociais, há críticas e apoio sobre a decisão.

O deputado federal Alfredo Gaspar (União) divulgou um vídeo definindo a atitude como “ditadura da toga”. O parlamentar alagoano também disse que “Bolsonaro não cometeu crime nenhum”.

“Bolsonaro não cometeu crime nenhum, não foi condenado em absolutamente nada. Enquanto milhares de criminosos estão soltos no Brasil, a perseguição contra Jair Bolsonaro não tem fim. Nós resistiremos até o fim contra essa ditadura da toga. Chega, o Brasil não aguenta mais tanta perseguição”, diz Gaspar no vídeo.

O deputado estadual, Ronaldo Medeiros (PT), repostou o anúncio da prisão de Bolsonaro feita pela TV Globo e disse que a decisão de Moraes “é um marco na defesa da democracia”.

“Após desafiar reiteradamente o STF e afrontar as instituições, o ex-presidente agora colhe o que plantou. Ninguém está acima da lei. Quando se desrespeita a Justiça, se ataca o coração da República. Bolsonaro tentou se blindar com o discurso do ódio e da impunidade. Mas a Constituição falou mais alto. Essa decisão é um recado claro: o Brasil não aceita mais autoritarismo disfarçado de bravata. Justiça foi feita. A democracia agradece”, escreveu o petista.

O também deputado estadual, Cabo Bebeto (PL), disse que Alexandre de Moraes não vai recuar, mesmo após os atos realizados nesse domingo (3) em favor do ex-presidente, “onde o brasileiro mostrou que está insatisfeito e apela aos EUA por socorro, porque a gente está diante de um Congresso frouxo que não tem iniciativa”.

Bebeto também escreveu: “Sem condenação, sem julgamento, sem direito à defesa. É perseguição política escancarada contra quem ousa enfrentar o sistema. Tudo isso porque o povo foi às ruas gritar: FORA MORAES”.

O ex-lider do PT em Alagoas, o deputado federal Paulão, respostou a notícia da prisão de Bolsonaro no story e escreveu: “O ministro Alexandre de Moraes acaba de determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro por violar medidas cautelares. O ex-presidente usou as redes sociais dos filhos para fazer ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

Fábio Costa, deputado federal do (PP), se manifestou contrário à decisão de Moraes, que definiu como “completamente arbitrária”.

"O ministro sancionado Alexandre de Moraes decretou, de forma completamente arbitrária, decretou a prisão domiciliar do presidente Jair Bolsonaro. Não há crime. Não há condenação. Há apenas um alvo político.
Quando a Justiça se transforma em instrumento de vingança, a democracia adoece. Hoje é Bolsonaro. Amanhã, pode ser qualquer um de nós. Essa é a prova final de que estamos vivendo numa ditadura de toga. A liberdade não pode ser seletiva. A democracia não sobrevive à covardia", escreveu Fábio Costa.

Teca Nelma (PT) também usou as redes sociais em apoio a decisão do ministro do Supremo. “A decisão do STF reforça um princípio básico da democracia: ninguém está acima da lei. O uso político das redes para atacar as instituições precisa ter limites e consequências”, escreveu a vereadora por Maceió.

Apoiador declarado de Bolsonaro, Leonardo Dias, vereador por Maceió pelo PL, postou: “Depois do grandioso ato de ontem, o ministro Alexandre de Moraes tenta nos atingir decretando a prisão domiciliar do presidente Jair Messias Bolsonaro. Mais um ato de perseguição política escancarada!”

Sobre a prisão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Moraes também determinou a realização de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em Brasília. O ministro também estabeleceu novas medidas contra Bolsonaro. Dessa forma, o ex-presidente está proibido de receber visitas, exceto dos advogados. Além disso, ele está proibido de usar celulares, inclusive de terceiros.

A medida foi determinada após o descumprimento da medida cautelar que impedia o ex-presidente de usar as redes sociais de terceiros.

Bolsonaro foi abordado pela Polícia Federal em casa, por volta das 18h.

Ontem (3), durante os atos de apoio realizados em todo o país, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou um vídeo em suas redes sociais com a manifestação do ex-presidente.

No mês passado, Moraes determinou diversas medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e restrição ao uso de redes sociais, incluindo perfis de terceiros.