O CM Cast, podcast que debate os principais temas da política local e nacional, lançou nesta quinta-feira (17) um novo episódio. Nesta edição, os jornalistas Carlos Melo, diretor do Grupo CadaMinuto, e Ricardo Mota analisam o que está por trás do silêncio dos personagens centrais do chamado “acordão” em Brasília.

 

Logo no início do episódio, os jornalistas destacam o que já vem chamando atenção nos bastidores: o completo silêncio dos protagonistas do acordo — entre eles o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), e o ministro dos Transportes e ex-governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), adversários históricos até bem pouco tempo.

 

Segundo Mota, o silêncio não está relacionado à sabatina no Senado, que ainda acontecerá, mas ao fato de que a tia de JHC, Marluce Caldas, deve ser nomeada ministra do Superior Tribunal de Justiça.

 

“A indicação dela será relatada pelo senador suplente Fernando Farias, que hoje está no exercício do mandato. E não é coincidência. Ele surgiu como ponte entre os Calheiros e os Caldas”, afirmou Mota, lembrando que Farias sempre teve ligações com a família Caldas e ocupa hoje a suplência de um Calheiros.

 

Na avaliação do jornalista, há um pacto entre os grupos envolvidos para manter o assunto fora do debate público. “Quanto menos barulho esse tema gerar, melhor para todos. Não interessa que isso entre nos grupos de WhatsApp da política ou vá parar nas ruas”, pontuou.

 

“Se JHC realmente não for candidato, a coisa muda de figura. Mas a dúvida que paira é: ele vai abrir mesmo mão da disputa?”, questiona Mota. Ricardo aposta que o atual prefeito de Maceió pode mirar em algo menor, como uma vaga na Câmara dos Deputados, mas alerta para os desdobramentos familiares. “E o pai? E a esposa? Qual será o destino político deles?”, provoca.

 

Outro ponto debatido é a migração de JHC do PL para o PSB, dada como certa, mas ainda sem data definida. Segundo Mota, se ele não sair, é quase certo que será expulso, diante da reação dos bolsonaristas contrários à aproximação com Lula.

 

Ricardo Mota encerra com uma metáfora: “O que temos agora é um acordão costurado, silencioso e aprovado nos bastidores. Mas, como toda geleia política, ele pode escorregar ou endurecer com o tempo.”

 

Os episódios do CM Cast vão ao ar às segundas e quintas-feiras, sempre a partir das 12h.