A Origem Energia recebeu ontem licença ambiental prévia, concedida pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Alagoas, para seu projeto pioneiro de Estocagem Subterrânea de Gás Natural (ESGN) no estado, que exigirá investimentos de US$ 200 milhões. O anúncio do licenciamento foi feito pelo presidente do IMA, Gustavo Lopes, durante o evento “Energia 360 Alagoas: Caminhos para a Segurança Energética”, realizado em Maceió. Além dos recursos destinados ao projeto de armazenagem de gás, a Origem pretende investir outros US$ 500 milhões em termelétricas no estado, totalizando US$ 700 milhões a serem aplicados no estado até 2030.

 

“O objetivo é tornar Alagoas a grande bateria do sistema elétrico brasileiro”, disse o CEO da Origem Energia, Luiz Felipe Coutinho, na abertura do evento, que segue até a próxima quinta-feira (17/7). A empresa prevê a construção das primeiras termelétricas no estado, com capacidade de 500 MW, de acordo com resultado do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), previsto para os próximos meses. “Esperamos que o estado seja vencedor desse leilão e que possamos trazer este investimento para a população alagoana”, completou Coutinho.

 

Segundo ele, nos últimos quatro anos, a Origem Energia tem feito investimentos recorrentes, em torno de US$ 120 milhões por ano, na revitalização da atividade de exploração e produção de petróleo e gás no estado. “Quando a Origem assumiu o Polo Alagoas, em 2022, a produção era de 3,5 mil barris de petróleo equivalente, sendo 300 mil metros cúbicos de gás. Com estes investimentos, a Origem elevou a produção para 15 mil barris de óleo equivalente, quatro vezes mais do que a produção inicial. Hoje, Alagoas produz 1,6 milhão de metros cúbicos gás por dia e esperamos elevar esse volume para mais de 2 milhões metros cúbicos de gás”, afirmou.

 

A abertura do evento “Energia 360 Alagoas: Caminhos para a Segurança Energética”, promovido pela Origem Energia, contou com a presença do Secretário-Executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro; do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy; do Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra de Andrade, representando Ricardo Alban, presidente da CNI; do Secretário-Chefe do Gabinete Civil do Estado de Alagoas, Felipe Cordeiro, representando o governador Paulo Dantas; além do Conselheiro Emérito do CEBRI José Luiz Alquéres; e da Diretora de Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) Symone Araújo.

 

De acordo com George Santoro, o projeto de armazenamento subterrâneo de gás é inovador e tem capacidade de atrair indústrias e empregos para o estado.  “Esse projeto de estocagem em Alagoas vai virar referência no país e tem condições de abrir um novo ciclo de investimentos no estado, atraindo indústrias e qualificando a mão-de-obra. A estocagem é comum na Europa e nos Estados Unidos e a Alagoas vai despontar como um mercado novo, oferecendo segurança energética ao país”, afirmou.

 

A diretora da ANP Symone Araújo destacou o projeto de estocagem subterrânea de gás natural e novos blocos exploratórios terrestres. “Vamos debater um novo horizonte, um espaço desbravador, que é a primeira estocagem de gás no Brasil. Ainda que a agência não tenha regulação sobre o tema, ela atua para se antecipar no seu processo regulatório em atividades tão importantes, que darão longevidade ao gás natural, gerando investimentos em emprego e renda, e, consequentemente, beneficiando áreas como saúde e educação”, afirmou.

 

Segundo a diretora, este ano, a ANP vai lidar com três grandes desafios no processo de tarifa de transporte da molécula: o regulatório, com uma participação social na tarifa de transporte; o contratual, com um contrato no Nordeste que vence este ano e, com isso, a expectativa de que ocorra uma tarifa menor; e o terceiro, com novos agentes para movimentar o gás na malha. “Com este projeto de estocagem no qual a Origem está se dispondo a investir, que é o primeiro da América Latina, as tarifas mais módicas vão auxiliar esta nova infraestrutura, o que é importante para a abertura do mercado de gás. Podem contar com nosso papel para contribuir com a atração de investimentos”, afirmou.

 

Symone Araújo destacou ainda o incremento na produção de Alagoas desde que a Origem assumiu o polo e a necessidade de manter este crescimento. “Isso é muito importante e irradia para todo o Nordeste. Estamos olhando também para o etanol, que será 30% incorporado à gasolina, e o biometano, com a oferta de um combustível de qualidade”.

 

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lira, o evento é um marco no planejamento do futuro energético para o desenvolvimento do país. “Alagoas se consolida como um estado de referência na produção, no processamento e na estocagem. Esse último, um projeto pioneiro desenvolvido pela Origem”, disse.

 

O evento reúne lideranças, especialistas e representantes de empresas, governo e instituições para discutir soluções coletivas que garantam suprimento energético seguro, sustentável e estratégico para o Brasil, com base na diversidade de fontes e no fortalecimento do desenvolvimento econômico.

 

Até o dia 17 de julho, o “Energia 360 Alagoas” abordará temas, como flexibilidade e integração energética, infraestrutura e financiamento do mercado de energia. Além disso, contará com um espaço paralelo para workshops técnicos e rodada de negócios.

 

Sobre a Origem Energia

 

A Origem Energia é uma empresa de soluções energéticas integradas e infraestrutura, que tem o propósito de contribuir para o desenvolvimento do Brasil por meio da integração energética. Atualmente, a companhia opera 14 concessões de campos maduros de óleo e gás natural, dos quais 13 estão localizados em terra (onshore) e 1 em águas rasas (offshore) nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte, além de 18 blocos exploratórios localizados nas Bacias Sergipe-Alagoas e Tucano Sul. No Polo Alagoas conta ainda com uma UPGN (a primeira a ser privatizada no país), duas estações de produção (em Pilar e Furado), cinco estações coletoras e um sistema de escoamento de 230 quilômetros de dutos com acesso direto ao TAMAC e à malha da TAG que conecta o transporte de gás natural do país de norte a sul.

 

Desde janeiro, opera a área MAC11A no TAMAC.

A Origem Energia é controlada pela Prisma Capital. Fundada em 2017, a Prisma Capital é uma das principais gestoras de investimentos alternativos do Brasil, composta por sócios com mais de 15 anos de experiência trabalhando juntos. A Prisma possui um mandato flexível para investir em diversos setores e classes de ativos, incluindo private equity, crédito, real estate, NPLs, falência/reestruturações, ações judiciais e financiamento de litígios.