O CM Cast lançou um novo episódio nesta segunda-feira (14), com a participação do secretário de Saúde de Maceió, Claydson Moura, o Mourinha. Na entrevista conduzida pelos jornalistas Carlos Melo, diretor do Grupo CadaMinuto, e Ricardo Mota, Mourinha abordou desafios da saúde municipal, sua trajetória na gestão e a relação com o governo estadual.
Logo no início, o secretário relembrou os tempos de pandemia e o convite para integrar a gestão do prefeito JHC. “Recebi a missão de cuidar da logística e estrutura da saúde em plena pandemia. Acho que ninguém esquece — e nem deve esquecer — aquele período.”
Sobre sua permanência no cargo, Mourinha destacou que sua atuação é guiada por escuta, respeito e compromisso com resultados. “O tempo passa, as coisas mudam, mas as pessoas não. Se a relação for verdadeira, ela permanece. Não importa se tem mandato ou não.”
Ao comentar as expectativas iniciais de que fosse um secretário temporário, disse que sua continuidade se deve ao trabalho e à escuta ativa. “Tenho o hábito de manter o gabinete de portas abertas. Escuto todos, sem olhar para cargo ou salário. Me interesso pelas pessoas de verdade.”
Mourinha também falou sobre sua relação com a Câmara Municipal e deputados estaduais. “Atendo a todos com clareza. Se dá para fazer, eu digo. Se não dá, explico por quê. Seja vereador ou líder comunitário, trato todos com o mesmo respeito.”
Um dos destaques da entrevista foi o Hospital da Cidade (HC), inaugurado durante sua gestão. Segundo Mourinha, a unidade foi crucial após o fechamento do Hospital Sanatório, que retirou mais de 250 leitos do SUS em Maceió. “Hoje o hospital tem cerca de 180 leitos operacionais, vai chegar a 230 e funciona 24 horas. Foi essencial para evitar um colapso.”
Questionado pelos jornalistas sobre a relação com o governo estadual, o secretário afirmou que mantém uma postura respeitosa e institucional. “Nos últimos meses, a relação com o Estado tem melhorado, especialmente na saúde, porque precisa se pacificar.”
Apesar das articulações recentes, Mourinha foi direto ao apontar uma grave pendência: a falta de repasses do governo estadual para a saúde municipal. “Já temos uma ação na Fazenda Estadual. A dívida passa de R$ 50 milhões. Só na oncologia, são R$ 600 mil por mês que o Estado deixa de repassar, mesmo com o recurso enviado pelo Ministério da Saúde.”
Ele ainda afirmou que está em diálogo com o secretário estadual de Saúde, Gustavo Pontes, e que espera uma solução. “É um problema antigo, mas em algum momento vamos encontrar um caminho. A saúde não pode esperar.”
Os episódios do CM Cast vão ao ar às segundas e quintas-feiras, sempre ao meio-dia.