Uma estudante transexual do curso de História da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) denunciou, nas redes sociais nessa quinta-feira (10), ter sofrido transfobia institucional após acessar o comprovante de matricula no sistema da universidade. O documento estava o nome que já não é mais usado por ela, o nome antes da retificação civil.

De acordo com o relato da estudante, Nefertiti de Oliveira Souza, todos os seus documentos foram atualizados com o nome social e o documento foi enviados para a universidade no ato da matricula.

"Quando fiz o processo seletivo de enviar a documentação, encaminhei toda a minha documentação retificada. O meu nome é Nefertiti de Oliveira Souza em todos os documentos, de histórico escolar a CPF. Quando fui imprimir o comprovante de matrícula, estava lá o meu nome morto”, relatou  a estudante, em vídeo publicado  na rede social.

A estudante conta que já concluiu Letras e Agroecologia na universidade e que episódio semelhantes também aconteceram anteriormente. "Não tem como a gente estar nesse ambiente que não entende as nossas necessidades básicas. Identidade é o mínimo para a sobrevivência. E não tem como nós estudarmos felizes, contentes, em um ambiente que nem o nosso nome conseguem reconhecer”, acrescentou.

A assessoria de Comunicação informou que o Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA) afirmou que não recebeu nenhuma solicitação formal para uso do nome social vinculada à matrícula atual da estudante e que é um procedimento necessário, conforme resolução interna que existe desde 2016.

Leia o que diz a UFAL

"Verificamos que a estudante já foi aluna da Ufal anteriormente e fez uma solicitação em 2020, que foi atendida à época para a matrícula que estava vigente. No entanto, com o novo ingresso em 2025, é necessário realizar uma nova solicitação, já que as normativas internas foram atualizadas. Em 2023, com a resolução 114/2023-CONSUNI e a adoção de um novo sistema acadêmico, passamos a atender de forma mais estruturada a demanda pelo uso do nome social”, informou o DRCA.

A universidade destacou ainda que respeita o uso do nome social desde que o procedimento formal seja seguido. “A solicitação deve ser feita por meio de formulário específico, disponível no site da Ufal, onde a pessoa pode indicar se deseja que o nome social seja exibido apenas internamente ou também em documentos oficiais da instituição.”.