O CM Cast, podcast que debate os principais temas da política local e nacional, lançou nesta quinta-feira (10) um novo episódio. Nesta edição, os jornalistas Carlos Melo, diretor do Grupo CadaMinuto, e Ricardo Mota analisam os desdobramentos do suposto “acordão” articulado em Brasília entre o prefeito de Maceió, JHC (PL), e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB).

 

Logo no início do episódio, Ricardo Mota lembra que, por muito tempo, duvidou da existência de um acordo. “Você deve lembrar, aqui mesmo no CM Cast, que eu manifestei bastante desconfiança. Achei que fosse mais uma jogada política para desgastar o JHC, tentando colocá-lo em rota de colisão com prefeitos do interior, numa candidatura que talvez nem fosse levada adiante.”

 

Segundo ele, nas últimas semanas, informações vindas de Brasília começaram a se confirmar, vindas inclusive de fontes diferentes, mas com o mesmo conteúdo: o acordo existe. “Pelo menos por enquanto, porque em política tudo pode se desfazer rápido, como espuma ao vento, como você gosta de dizer”, acrescenta.

 

Para os jornalistas, um dos pontos centrais é a articulação para a nomeação da procuradora Marluce Caldas, do Ministério Público Estadual, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A indicação, que está há cerca de nove meses na mesa do presidente Lula, parece ter avançado, e seu desfecho estaria diretamente ligado à costura política envolvendo JHC e Renan Filho.

 

Mota destaca que tanto JHC quanto Renan Filho têm receios em se enfrentar diretamente nas urnas. De um lado, JHC teme uma derrota que o deixaria sem mandato por dois anos, enfraquecendo sua influência política. Do outro, Renan Filho também evita o confronto, apesar de pesquisas como a do Paraná Pesquisas indicarem JHC como favorito.

 

A negociação para firmar o acordo teria contado com a participação da ministra Gleisi Hoffmann (PT), responsável pela articulação política do governo federal, além de conversas diretas do presidente Lula com os senadores Renan Calheiros, Renan Filho e o presidente da Câmara, Arthur Lira.

 

“Se cumprir o mandato até o fim, JHC ficará dois anos fora do jogo. E esse ‘limbo político’ é perigoso — que o diga Rui Palmeira”, provoca Ricardo Mota. “A grande questão é: JHC aceitaria ser o novo Rui Palmeira e voltar a disputar algo menor, como vereador, para reconstruir sua base?”

 

Ele também comenta que Renan Filho não demonstra interesse em retornar ao governo de Alagoas, mas pode ser pressionado a isso por aliados como Paulo Dantas e Marcelo Victor. A proposta inicial de lançar o deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB), não avançou devido à alta rejeição ao nome.

 

Os episódios vão ao ar às segundas e quintas-feiras, sempre a partir das 12h.