A Rua Moreira Lima, no centro de Maceió, foi palco de uma simulação fora do comum na noite dessa quinta-feira (26). O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) promoveu um exercício de gerenciamento de crise com reféns nas dependências de uma loja de moda masculina.
A atividade fez parte do cronograma do 1º Curso de Negociação Policial em Crise (CNPC), permitindo que os alunos colocassem em prática os conhecimentos adquiridos ao longo da formação. No cenário simulado, um homem armado invadiu o estabelecimento e manteve várias pessoas como reféns. Toda a ação seguiu protocolos rígidos de segurança, garantindo realismo sem colocar a população em risco.
Durante o exercício, os participantes isolaram a área e iniciaram as negociações, atuando de forma coordenada para preservar a integridade das vítimas e alcançar uma resolução segura da crise. A simulação incluiu técnicas de contenção, atuação de negociadores treinados e, diante da escalada da ameaça, a autorização para uso de força letal, caso necessário.
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“Simulamos uma ocorrência em que um marido, ao descobrir uma traição, foi armado até a loja, onde manteve como reféns a esposa, o suposto amante e outros clientes. Nesse contexto, a negociação surge como a alternativa mais pacífica e eficaz para resolver a situação”, explicou o tenente Williams Santos, coordenador do CNPC.
O ambiente foi cuidadosamente planejado para exigir dos participantes habilidades como controle emocional, comunicação estratégica e tomada de decisões sob pressão.
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O sargento Cleder dos Santos, um dos instrutores, acompanhou de perto a simulação. “Temos um Causador do Evento Crítico (CEC), que mantém reféns. O time tático do Bope atua junto à equipe de negociação, buscando persuadir o CEC para libertar as pessoas, inclusive ele próprio, com vida”, detalhou.
Presente à atividade, o comandante do Bope, major Diego Sarmento, destacou que o exercício reuniu todas as alternativas táticas para lidar com cenários complexos. “O curso segue os protocolos de gerenciamento de crises, técnicas de negociação, uso de sniper (atirador de precisão) e equipe de intervenção tática, se necessário. Nosso objetivo é sempre garantir vidas e aplicar a lei”, afirmou.
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1º CNPC
A missão do negociador é essencial na estrutura da Segurança Pública. A criação do CNPC surgiu da necessidade de ampliar o número de profissionais capacitados a resolver situações críticas sem recorrer, necessariamente, ao uso da força.
A primeira edição do curso teve início em 30 de maio, com 30 alunos: 23 policiais militares de Alagoas (sendo sete oficiais e 16 praças), dois agentes da Polícia Civil de Alagoas, um oficial da PM do Amapá, um agente da Polícia Penal de Alagoas, um integrante da Polícia Civil do Rio Grande do Norte e dois agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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O curso teve duração de quatro semanas, em formato presencial e com carga horária total de 200 horas-aulas. A formatura da turma está marcada para a próxima terça-feira (1º). A ementa é baseada em doutrinas e técnicas de negociação de crises do modelo anglo-americano, adaptadas à realidade brasileira, garantindo atuação segura e eficaz.
“O Bope, a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas estão cada vez mais fortalecidas, valorizando seus profissionais e aplicando técnicas e táticas internacionais da melhor forma possível”, finalizou o major Diego Sarmento.