A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu o maior patamar desde o início do terceiro mandato, segundo a nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (4). 

De acordo com o levantamento, 57% dos brasileiros desaprovam a gestão atual. A taxa de aprovação oscilou de 41% para 40%, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

Embora os números indiquem estabilidade estatística em relação à pesquisa anterior, os dados reforçam uma tendência de desgaste na imagem do governo, perceptível há quase um ano. Desde julho de 2024, a desaprovação subiu por cinco levantamentos consecutivos. No mesmo período, a aprovação caiu 14 pontos percentuais (de 54% para 40%) e a desaprovação aumentou 13 pontos (de 43% para 57%).

Até mesmo entre os eleitores de baixa renda — tradicionalmente mais alinhados ao PT — houve recuo no apoio. Entre os que ganham até dois salários mínimos, a aprovação caiu de 52% para 50%, enquanto a desaprovação avançou de 45% para 49%.

O movimento de insatisfação também se intensificou em regiões como o Sudeste, Norte e Centro-Oeste. No Sudeste, por exemplo, a taxa de desaprovação passou de 60% para 64%. Já entre os católicos, grupo religioso majoritário no país, 53% agora reprovam a gestão — a primeira vez que esse segmento registra maioria crítica ao governo.

A comparação com governos anteriores reforça a percepção negativa. Para 44% dos entrevistados, o atual mandato é pior que o de Jair Bolsonaro (PL), enquanto 40% o consideram melhor. 

Outros 13% avaliam que ambos são equivalentes. Quando a comparação é com os mandatos anteriores do próprio Lula, 56% dizem que o desempenho atual é inferior.

Um dos fatores que mais influenciaram a piora na avaliação pública foi o escândalo das fraudes em benefícios do INSS. 

Segundo a pesquisa, 82% dos entrevistados tomaram conhecimento do caso, e 31% responsabilizam diretamente o governo. Apenas 14% apontam o próprio INSS como o principal responsável.

Na avaliação geral, 43% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo, 28% o classificam como regular e apenas 26% o avaliam como bom ou ótimo. 

Além disso, 70% dizem que Lula não tem cumprido as promessas feitas na campanha, e 45% afirmam que a gestão está aquém do que esperavam.

Por outro lado, houve leve melhora na percepção sobre a economia: a parcela dos que acham que a situação piorou caiu de 56% para 48%. 

Ainda assim, o custo de vida segue como uma das principais queixas — especialmente os preços dos alimentos, apontados como motivo de incômodo por 79% dos entrevistados.

A pesquisa foi realizada presencialmente com 2.004 brasileiros, entre os dias 29 de maio e 1º de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.