Um inquérito policial que apurou crimes cometidos por um vereador e um médico no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, foi concluído e encaminhado à Justiça pela Polícia Civil de Alagoas nesta sexta-feira (30). A investigação, conduzida pelo 53º Distrito Policial e coordenada pelo delegado Edberg Oliveira, identificou práticas de corrupção, desacato, injúria, difamação e agressão contra um vigilante da unidade hospitalar.

De acordo com o inquérito, o vereador levava pacientes diretamente ao hospital em dias específicos de plantão do médico investigado, que realizava atendimentos particulares dentro da estrutura pública. Os pacientes entravam sem triagem, sem ficha e sem classificação de urgência, desrespeitando os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS).

A direção do hospital havia determinado que a entrada irregular de pacientes fosse impedida. Mesmo assim, no último episódio, ocorrido em 19 de maio, o vereador tentou forçar o acesso de diversas pessoas. Ao ser impedido por um vigilante, ele reagiu com agressões verbais e empurrões, causando tumulto e interrompendo o atendimento por quase duas horas. O médico também teria insistido para que os pacientes fossem atendidos fora dos protocolos legais.

Segundo o delegado, ficou comprovado que o médico favorecia interesses privados dentro do hospital público, o que caracteriza crime de corrupção. A conduta gerou prejuízos diretos ao funcionamento do serviço de saúde.

A situação só foi controlada após a intervenção de um policial militar, que retirou o vereador da unidade. A Polícia Civil reforçou que investiga infrações penais, independentemente do cargo ou posição política dos envolvidos.

*Com Ascom PCAL