Enquanto Dantas e JHC disputam quem dá o reajuste salarial mais insignificante, uma realidade comum a ambos se consolida: servidores estaduais e municipais continuam ganhando muito mal.

Ora direis: há as exceções no Executivo do Estado e do Município – as carreiras do fisco e jurídicas -, que não são as culpadas pela humilhação a que os demais trabalhadores são submetidos.

O resto permanece no sofrimento mensal por não ter capacidade de mobilização e força junto a prefeito e governador.

Como já disse reiteradas vezes: os governos, em qualquer nível, só reagem - e quando pressionados.

E se não é o caso, os governantes acham que estão fazendo um favor aos trabalhadores do serviço público ao repor a inflação do ano anterior.

Essa é uma construção histórica, é verdade, mas ambos pouco ou nada fizeram para modificá-la.

É verdade também que até houve no governo Renan Filho uma iniciativa (de George Santoro) que ajudou a amenizar esse cenário salarial aviltante, com os PCCs, mas não foi o suficiente para corrigir a exploração a que são submetidos os trabalhadores do serviço público. 

Entre sorrisos e lacrações, Dantas e JHC jogam o jogo que dominam: acenam para os que podem mais e ignoram a grande massa assalariada. 

São personagens típicos desses tempos que vivemos.