Celebrando as raízes afro-indígenas e o poder transformador da cultura, o Festival Tabuleiro Cultural ocupa o bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió, com uma programação vibrante e gratuita nos dias 9 e 10 de maio. Realizado no Conjunto Dubeaux Leão, o evento propõe uma imersão em arte, cidadania e formação crítica, reunindo oficinas, shows, cineclube, rodas de conversa, feiras e intervenções artísticas.
Descentralizar o acesso à cultura e valorizar os talentos da parte alta da capital é o motor do festival, idealizado e construído por artistas, educadores e oficineiros que vivem e atuam nesses territórios. Ao fomentar expressões afro-indígenas e promover debates sobre raça, juventude e empreendedorismo criativo, o evento busca fortalecer o protagonismo das periferias e ampliar os espaços de pertencimento.
Além de oferecer uma programação gratuita e diversa, que destaca a riqueza da cultura afro-indígena, o Festival Tabuleiro Cultural também tem um papel crucial no fortalecimento de profissionais da cultura da parte alta de Maceió. Organizado pela PATACURI – Cultura, Formação e Comunicação Afro-Ameríndio, uma organização da sociedade civil dedicada à promoção e preservação das culturas afro-ameríndias e universais, o evento busca impulsionar a expressão artística e cultural de moradores de bairros periféricos da capital alagoana.
A PATACURI, fundada em 2013, tem como missão oferecer acesso à educação na música, atuação, audiovisual, hip-hop e outras formas de expressão, fortalecendo a identidade cultural e combatendo desigualdades sociais. O coletivo da associação é formado por profissionais de diversas áreas, como artes cênicas, música e psicologia, que contribuem para a programação cultural local.
As ações começaram em abril, na Escola Irene Garrido, onde estudantes da rede pública participaram de ciclos formativos em percussão com Wagner Galvão e Cris Montenegro, e capoeira com o Contramestre Pelicano, do Grupo Raça. Os resultados dessas oficinas serão apresentados durante o festival, em uma celebração do que se aprende com o corpo, o som e o coletivo.
Programação
- Sexta-feira (09/05)
Na Escola Irene Garrido, ao longo dos turnos matutino, vespertino e noturno, acontecem rodas de conversa com Ari Consciência, Alyne Sakura e Dayse Lins, além do cineclube com curtas como Guerreiros (Nação Palmares) e As Minas do Rap (Juliana Vicente). A artista Gi Silva também realiza uma intervenção performática no espaço.
Na Praça Ricardo Lessa, a movimentação começa cedo, com a Feira Agroecológica Novo Jardim, a partir das 7h. Às 14h, o público confere o palco aberto, e às 20h, a noite termina com muito forró no show do Trio Xote Alegria.
- Sábado (10/05)
As atividades concentram-se na Praça Ricardo Lessa: a partir das 13h, apresentações de percussão e capoeira revelam o talento dos alunos da rede pública. Em seguida, acontece a roda de conversa “Juventude, Racismo e a Cultura Afro”.
A partir das 15h, o palco vira ponto de encontro da música periférica e engajada, com shows de DJ Waliston, Ariely Oliveira & Mary Alves, AL-Dub & Convidados, Nação Palmares e Reação (SE), trazendo o melhor do rap e do reggae nordestinos.
*Com Assessoria