A Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio da Coordenação da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Ejai) e da Biblioteca Central, integra desde o dia 25 de abril, o projeto Expresso Leitura – Livros em Movimento. A iniciativa visa promover o acesso à leitura e à cidadania a estudantes da modalidade de ensino e a pessoas em situação de rua, que circulam ou permanecem na região central de Maceió.
O projeto terá a duração de seis meses e, ao término, será avaliada a possibilidade de expansão e a colaboração de novos parceiros. Os próximos encontros serão realizados na Sala 51 do Espaço Cultural da Ufal, na Praça Sinimbu, nos dias 9 de maio e 13 de junho, das 9h às 12h.
A aula inaugural ocorreu no dia 25 de agosto, na Praça Sinimbu, Centro de Maceió. A iniciativa é promovida pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas e conta com o apoio da Semed e do Movimento Nacional da População de Rua em Alagoas.
“O projeto é de inclusão plena, pois traz para o espaço escolar as pessoas invisíveis, as pessoas em situação de rua. Este é o público da Ejai. Temos neste projeto uma porta para atrair novos estudantes com uma oferta que, de fato, será de acordo com a realidade deles”, pontuou o coordenador da Ejai da Semed, Rubens Lima.
Em uma abordagem especial ao público-alvo da ação, a Semed se mobiliza para garantir a manutenção da turma diversidade no Espaço Cultural, no horário vespertino e, se for necessário, buscar novos docentes para atuar no horário matutino, havendo a procura pelas aulas.
“O resultado deste trabalho será visível a médio prazo com a continuidade das aulas, a oferta de fardamento, materiais didáticos e alimentação escolar. Esta parceria demonstra que a efetivação da política intersetorial é viável e tem resultado positivo”, afirmou Rubens.
O coordenador contou que, para os estudantes atuais e futuros, o Expresso Leitura tem sido a conquista de um sonho que era impossível de acontecer. “Esta é uma abordagem necessária que acontece nas escolas, pois o público tem muitas aproximações e necessidades semelhantes”, reforçou.
Rodas de leitura e empréstimo de livros
A Semed participa do programa com a cessão de professor e técnicas da Coordenação da Ejai, que ministram as aulas e, caso haja interesse, orientam os futuros estudantes para a realização da matrícula. Além disso, a Biblioteca Central Carlos Moliterno, localizada na sede da pasta, no bairro Cambona, participa com a realização de rodas de leitura e empréstimos de livros.
A responsável pela Rede de Bibliotecas revelou que o convite surgiu do defensor público Isaac Souto, responsável pelo projeto, após a experiência da Biblioteca na promoção da leitura, com obras da literatura.
“A seleção das leituras tem sido dialogada com os participantes do Ministério Público, técnicos da Ejai e técnicos da Biblioteca, pensando sempre em bons textos literários que dialoguem com os interesses dos estudantes e das pessoas em situação de rua. Mas, no próximo encontro, iremos abrir um diálogo para conhecê-los melhor”, destacou Simone Souza, ao enfatizar que a atividade será mensal.
Para Simone, a expectativa é de colaborar com a formação estudantil e pessoal de todos os participantes. “Pretendemos contribuir com a ampliação do nível de letramento dessas pessoas, mas sobretudo com a formação humana deles, uma vez que a literatura tem também esse objetivo”, completou.
Ferramenta de mudança
O defensor público Isaac Vinícius pontuou que a proposta é aproximar o universo dos livros de grupos socialmente vulneráveis, como trabalhadores do sexo e pessoas em situação de rua, utilizando a própria Praça Sinimbu como cenário de transformação social. “Queremos transformar o hábito da leitura em uma ferramenta de mudança de vida, despertando o interesse pelo estudo, incentivando o ingresso na Ejai e oferecendo suporte jurídico através do nosso ônibus da cidadania”, ressaltou.
A programação do projeto prevê uma agenda contínua de ações mensais, incluindo oficinas de leitura, rodas de atividades e poesia, distribuição de livros, cine-debates, além de atividades com educadores populares e pedagogos, aliado ao acesso à justiça e cidadania, com expedição de ofícios e expedientes para a emissão de certidões de nascimento, casamento ou óbito, de graça, e assistência e orientação jurídica em geral.
“O objetivo é assegurar que o impacto do projeto não seja pontual, mas se consolide ao longo do tempo como uma política pública em construção, com resultados concretos e transformadores na vida dos participantes”, detalhou Isaac.




