Nessa terça-feira (18), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP) anunciou, por meio de suas redes sociais, que se afastará de seu cargo e permanecerá nos Estados Unidos (EUA). Segundo ele, o objetivo é ter mais liberdade para denunciar o que chama de abusos de autoridade cometidos por Alexandre de Moraes.

A seguir, confira a cronologia dos eventos que levaram a essa decisão:

  • Durante boa parte de fevereiro, Eduardo Bolsonaro esteve nos Estados Unidos e participou do CPAC, um congresso conservador, no dia 20.
  • Durante sua estadia, ele afirmou ter informado diversos políticos americanos sobre as decisões de Alexandre de Moraes, especialmente em relação aos presos do dia 8 de janeiro.
  • Em 25 de fevereiro, Eduardo retornou ao Brasil.
  • No dia 26 de fevereiro, o Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que proíbe a entrada e permanência em solo americano de pessoas que atentaram contra a liberdade de expressão de cidadãos americanos. Segundo políticos da direita brasileira, essa decisão atingiria diretamente Alexandre de Moraes.
  • Em 27 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores, por meio dos deputados Lindbergh Farias (RJ) e Rogério Correia (MG), solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigasse criminalmente Eduardo Bolsonaro por obstrução de investigação de organização criminosa, coação no curso do processo e atentado à soberania enquanto estava nos EUA. Nesse contexto, foi solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão do passaporte do deputado.
  • Eduardo Bolsonaro revelou que, no mesmo dia em que foi solicitado o confisco de seu passaporte (27 de fevereiro), ele estava retornando aos Estados Unidos com toda a sua família.
  • Em 1º de março, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à PGR um parecer sobre o caso, com prazo de cinco dias para resposta. No entanto, a PGR não se manifestou dentro do prazo.
  • Nesta terça-feira, 18 de março, Eduardo Bolsonaro anunciou que pedirá licenciamento de seu cargo e permanecerá nos Estados Unidos, onde declarou que sua "meta de vida será fazer Alexandre de Moraes pagar por toda a sua crueldade".
  • Ainda no dia 18 de março, tanto a PGR quanto o STF se manifestaram contrários à investigação e à retenção do passaporte de Eduardo Bolsonaro, após o anúncio de seu licenciamento.

Em entrevista ao programa "Oeste Sem Filtro", também nessa terça-feira (18), Eduardo afirmou que não retornará ao Brasil, pois teme por sua liberdade. "Não há a mínima possibilidade de voltar ao Brasil, pois já não é mais um local seguro para fazer oposição", declarou o deputado.

 

 

 

*Estagiário sob supervisão da editoria.