De acordo com as informações que circulam nos bastidores políticos, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), já bateu o martelo em relação a seu vice na chapa que vai disputar a reeleição do Executivo municipal.

JHC teria ao lado o senador Rodrigo Cunha (Podemos). Esta informação se encaminha à consolidação.

O prefeito quer alguém de sua confiança como “vice” e, além disso, caso concretize a reeleição, abriria espaço para a suplente de Rodrigo Cunha assumir a cadeira de senadora. Em outras palavras: Eudócia Caldas (PL), a mãe de JHC, chegaria ao Senado Federal.

Ou seja: ao escolher Cunha, JHC também escolhe sua própria mãe a ampliação do clã dos Caldas na política.

A escolha de JHC joga o deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas) para um rompimento. Com ele (Lira) também iria para fora da administração municipal os nomes do União Brasil e as indicações do parlamentar do Progressistas, como é o caso da secretária municipal de Educação, Jó Pereira.

O Progressistas de Lira – como já pontuou o ex-deputado estadual Davi Davino Filho (Progressistas) – pode lançar uma outra via na disputa pela Prefeitura de Maceió, tendo o próprio Davi Filho como candidato à Prefeitura. Ao seu lado, o possível vice seria Carlos Mendonça (União Brasil), que é filho do deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil).

Diante da turbulência interna no bloco político que é a base de sustentação de JHC, o deputado federal Arthur Lira escolheu, pelo menos até o presente momento, adotar a postura do silêncio.

Aos mais próximos, Lira tem dito que se trata de um “silêncio sábio”.

O parlamentar sabe que a política é como nuvens no céu. Tudo pode mudar em poucos instantes. Logo, tenta trabalhar – ainda que na reta final – alternativas.

Todavia, JHC parece motivado em razão dos números que tem alcançado nas pesquisas que apontam tanto a avaliação positiva de sua gestão como as intenções de voto. O prefeito de Maceió segue crente de que não precisa de quase ninguém para vencer o pleito deste ano. Neste sentido, aposta em escolher o vice que seja de sua vontade. Confiante na vitória, diante destes mesmos números, JHC pode, inclusive, fazer cálculos em relação ao seu plano político para 2026.

JHC pode ser candidato ao governo do Estado no próximo pleito estadual.

Mas também tem pavimentado outra possibilidade, pelo visto: a candidatura ao Senado. Com Cunha prefeito, além de ter a mãe senadora, o chefe do Executivo municipal já teria um adversário a menos, já que o senador do Podemos estaria prefeito de Maceió e não mais candidato.

Os planos políticos de Arthur Lira miram em uma futura cadeira ao Senado. Por essa razão o “vice” seria tão importante para o deputado federal do Progressistas. Em uma aliança, uma possível candidatura de JHC – em 2026 – abrira espaço para ele ser o senador da chapa. Esta aliança agora se esgarça.

Neste momento, o “silêncio sábio” de Lira também é indigesto, pois ainda reflete sobre uma decisão de JHC que soa como uma derrota para o cacique do Progressistas depois de tanto ter se empenhado em construir uma oposição aos Calheiros – o senador Renan Calheiros e o ministro dos Transportes, Renan Filho – com um bloco sólido.

Todavia, não é nenhuma surpresa JHC optar pelo bloco do “eu sozinho”.

No mais, eis a ironia: Lira pode ficar de fora por conta da união entre o prefeito que ele apoiou (JHC) e aquele que foi seu candidato ao governo no pleito passado (Rodrigo Cunha), que teve como vice um dos nomes de confiança de Arthur Lira: Jó Pereira. É a política...