Já começa a repercutir na mídia profissional, ainda que timidamente, o embate que o deputado Fábio Costa vem buscando travar com o secretário Flavio Saraiva.
É a chamada “guerra de narrativas” entre os dois personagens da área da Segurança Pública.
Não é de hoje que o parlamentar vem criticando a atuação do governo do Estado nessa área, sempre muito sensível, entre os fatos nunca deixaram de acontecer.
E eis o busílis: se não há, de fato, um aumento da criminalidade, também não há um mundo cor-de-rosa do jeito que pinta a propaganda oficial.
É inegável que a Segurança Pública, e não é de hoje, vem atuando bons resultados na repressão e - até - alguma prevenção da violência, mas nem tudo é trabalho das polícias e dos policiais.
Ou seja: se o governo pretende continuar vendendo um mundo de fantasia, o deputado Fábio Costa vai continuar superando – e muito – a comunicação do governo, ainda que sozinho, intuitivamente.
Imagino que a comunicação mais honesta e sem festejos seria superior na eficácia: não dá para negar a realidade e é possível até – como bem faz o parlamentar – pintá-la em cores mais fortes.
A população mais pobre, como sempre, continua sendo a maior vítima da violência urbana, e se esse debate não chega com força à mídia institucional, não significa que ele não exista ou esteja superado.
Detalhe: comunicação não é só propaganda e deve criar “vínculos” de confiança com a sociedade.
Do secretário Joaldo Cavalcante, o blog recebeu a explicação abaixo, publicada na íntegra:
Caro Ricardo,
Sobre comunicação no campo da segurança pública, permita-me expor ponto de vista em torno do papel da comunicação institucional. Parto do princípio de que o governo tem obrigação de transmitir à população seus feitos, informando-a acerca das ações em curso e como elas produzem resultados positivos, o que permite melhor compreensão e qualificação do debate público.
Dentro da publicidade institucional, não há fuga da realidade quando se difunde, por exemplo, a inauguração de dois Cisps tipo 3, sendo um no Trapiche da Barra e outro no Benedito Bentes; quando se dissemina que o primeiro trimestre deste ano, em Alagoas, foi o menos violento de toda a série histórica, com 54,2% a menos que 2012, marcado nas estatísticas com 618 mortes violentas (homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte).
Além de propagar seus feitos, o governo tornou sistemático mobilizar a sociedade para a construção de um ambiente de paz, que deve ser ação permanente e de todos. Cito a campanha de combate à violência contra a mulher, a difusão dos números de emergência e o disque-denúncia, que colaboram no combate à impunidade.
Por fim, na divulgação institucional de suas conquistas na Segurança Pública, o governo também possibilita à coletividade o acesso a conteúdos que auxiliam a separar o fato do fake. No universo digital, o que mais se vê por aí é extração de um recorte do contexto para disseminar o pior, sem discussão consequente, numa lamentável e equivocada negação do papel do poder público, como se fosse possível colher algum dividendo pelo exercício da desinformação.
Grato pelo registro,
Joaldo Cavalcante