No primeiro quadrimestre de 2024, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em Alagoas apresentou um crescimento significativo. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio AL em colaboração com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice subiu de 137,8 pontos em janeiro para 142,2 pontos em abril, apesar de uma leve queda em fevereiro, quando marcou 135,5 pontos.
Para o economista Francisco Rosário, consultado pela Fecomércio AL para interpretar esses dados, o aumento reflete um clima de otimismo, especialmente entre famílias com renda superior a 10 salários mínimos. Em abril, quase todos os indicadores dessa faixa de renda foram positivos, com exceção do item 'compra a prazo', que permaneceu estável.
Para o especialista, este fator pode ser explicado pela menor necessidade de crédito e pela facilidade de acesso quando necessário. Rosário também destaca que a 'Perspectiva Profissional' para essa faixa de renda se manteve estável devido à predominância de empregos públicos, que oferecem maior estabilidade.
Analisando mais detalhadamente, o crescimento do ICF foi impulsionado por subindicadores como a percepção de renda (+3%), compras a prazo (+7,2%), nível de consumo atual (+8%) e perspectiva de consumo (+4,8%). Contudo, os subindicadores de emprego atual (-1,3%), perspectiva profissional (-0,2%) e momento para duráveis (-2,4%) apresentaram desempenhos negativos, resultando numa variação mensal positiva de 2,2%, alcançando 118,1 pontos.
Em termos de segurança no emprego, 55,1% dos entrevistados se sentem mais seguros em comparação ao ano anterior, e 24,5% mantêm o mesmo nível de segurança. Rosário explica que a percepção de segurança no emprego é crucial para a intenção de consumo, pois afeta diretamente a confiança dos consumidores na sua capacidade de gastar.
Embora os consumidores com renda acima de 10 salários mínimos mantenham uma alta percepção de segurança no emprego, aqueles com renda inferior vêm perdendo essa confiança desde janeiro, descendo de 147,8 para 142,3 pontos em abril. Para os que ganham acima dessa faixa, a percepção é significativamente maior, atingindo 165,9 pontos.
Apesar dessas variações, a pesquisa aponta uma expectativa positiva em relação ao futuro profissional em Alagoas. Rosário afirma que existe confiança de que a atual situação econômica do estado garantirá, no mínimo, estabilidade no emprego nos próximos seis meses. Entretanto, 15,18% dos entrevistados não conseguem prever mudanças significativas em suas condições profissionais no curto prazo.
Adicionalmente, mais da metade dos entrevistados (52,3%) relatam alguma melhoria na renda atual. Entre os que ganham menos de 10 salários mínimos, 40,9% consideram que sua situação de renda permanece igual ao ano passado. Rosário conclui que este é um sinal positivo para o comércio, pois indica possíveis mudanças na economia que podem aumentar o poder de compra das famílias, fornecendo informações valiosas para decisões empresariais mais assertivas.
*Com Assessoria