Movimentos chegam ao quarto dia de ocupação da Incra em Maceió

02/05/2024 21:10 - Geral
Por Redação com Agências
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Movimentos de trabalhadores do campo decidiram, após reunião sem acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), nesta quinta-feira (2), manter a ocupação do prédio do Incra, em Maceió (AL). O grupo de cerca de 400 pessoas já está no local há quatro dias.

Ao todo, sete movimentos mantém integrantes no local em protesto contra a desestruturação do órgão e a morosidade de políticas de reforma agrária tem como demanda principal a troca do recém-empossado superintendente do Incra de Alagoas. Junior Rodrigues do Nascimento foi indicado por Arthur Lira (PP). Nascimento ocupou a vaga de Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara dos Deputados, nomeado também por intermédio dele.

A exoneração do familiar de Arthur Lira – que assumiu o cargo ainda na gestão de Michel Temer (MDB), passando por todo o governo de Jair Bolsonaro (PL) – era reivindicada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde o início deste mandato do presidente Lula (PT). Após mais de um ano de pressão, a substituição foi atendida no último 16 de abril, durante a tradicional jornada de lutas do MST – mas não satisfez.

Na última segunda-feira (29), então, a sede do Incra em Maceió foi ocupada por membros do MST, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Social de Luta (MSL), Movimento Popular de Luta (MPL), o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Terra Livre e Frente Nacional de Luta (FNL).

Em nota, as organizações afirmam que a ocupação visa "pressionar o governo federal para que retome as políticas de reforma agrária em Alagoas". Destacam, ainda, que o nome de Júnior Rodrigues do Nascimento "representa a continuidade do bolsonarismo no órgão".

Após a exoneração de César Lira, quem assumiu como substituto do superintendente durante alguns dias foi o engenheiro agrônomo e servidor de carreira José Ubiratan Rezende Santana, nome defendido pelo MST para assumir o cargo em definitivo. A configuração durou, no entanto, pouco mais de uma semana. No dia 24 de abril, Ubiratan foi dispensado.

Antes de se tornar superintendente, Nascimento estava à frente da Naturagro, uma ONG que desde 2020 presta serviços ao Incra. O mais recente acordo de cooperação técnica foi firmado no último 11 de março.

 

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