Chuvas preocupam marisqueira em Maceió: "Tem que dormir com um olho aberto e outro fechado"

12/04/2024 12:30 - Maceió
Por Jean Albuquerque
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A chegada do período de chuvas mais intensas — que se iniciou no mês de abril e segue até setembro — acende o alerta para os moradores que estão localizados em áreas de risco, a exemplo de bairros próximos a encostas e barreiras. 

Além disso, áreas com ausência de saneamento básico contribuem para enchentes e proliferação de doenças. Essa é a realidade da despenicadora de sururu Petrúcia da Paixão, de 54 anos, moradora da favela Mundaú, às margens da lagoa de mesmo nome, no bairro do Vergel do Lago, parte baixa da capital alagoana. 

Sempre próximo ao período de chuvas mais intensas na capital alagoana, ela fica com medo de que a lagoa aumente o nível e a água possa invadir o seu barraco. “Quando dá chuva a gente fica com medo. Tem que dormir com um olho aberto e outro fechado. Ela chega [a chuva] a hora que Jesus Cristo quiser. Ela sobe, a lagoa sobe e de repente, faz medo.” 

A comunidade na qual Petrúcia reside abriga cerca de setenta famílias que habitam em moradias improvisadas, feitas com restos de lona e madeira. A região é composta por quatro favelas, além da Mundaú, também há a Sururu, Peixe e Muvuca.

Chuvas causam transtornos na capital 

Nas últimas semanas, a capital alagoana tem enfrentado diversos transtornos por causa das fortes chuvas, como ocorreu na última terça-feira (9) que deixou Maceió com ruas alagadas, trânsito lento, diminuição da mobilidade e riscos de ocorrer acidentes. 

As projeções da equipe da Superintendência de Prevenção em Desastres Naturais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos (Spden/Semarh) para a quadra chuvosa é de chuvas acima da média em diversas regiões do Estado. 

Além disso, a pasta também emitiu, no início desta semana, um alerta para todo o Estado ressaltando os cuidados que os alagoanos deveriam tomar ao tentar sair de casa. 

Em nota enviada à reportagem do Cada Minuto, a Defesa Civil de Maceió informou que faz o monitoramento ininterrupto de toda a capital. De acordo com o órgão municipal, os bairros que mais apresentam barreiras — encostas e áreas de risco — são Benedito Bentes com 107 encostas de risco, Feitosa com 14 encostas, Jacintinho com 12 encostas e Chã da Jaqueira com 8.

Defesa Civil monitora Bacia do Mundaú

A Defesa Civil ainda informou que esse monitoramento também “se estende às bóias localizadas na Bacia do Mundaú, que se detectado uma anormalidade, agentes são enviados para o local aconselhando a saída da população de suas residências para um local seguro. Também é realizado o contato através dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDEC’S), além dos envios de SMS de alerta.”

No caso de qualquer ocorrência relacionada às fortes chuvas, a pasta ressalta que a população pode acionar a Defesa Civil pelo 199 ou 156. E para receber a mensagem de alerta, devem se cadastrar enviando o CEP por mensagem de texto para 40199.

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