Um idoso desamparado, de 64 anos, conseguiu, na semana passada, internação em uma instituição de longa permanência na capital alagoana, após um mês de esforços da Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL). A internação foi obtida por meio da atuação administrativa da Defensora Pública responsável pela Seção do Idoso, Luciana Martins de Faro, junto aos órgãos públicos e instituições filantrópicas dedicadas ao cuidado dos idosos.
O quadro de desamparo do idoso foi levado à Defensoria Pública através da solicitação de intervenção feita por uma médica que o acompanhou durante uma internação, identificando sérias dificuldades físicas que o impossibilitavam de viver sozinho, e constatando a falta de familiares capazes de cuidá-lo. Além disso, a única fonte de renda do idoso é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), no valor de um salário mínimo, que é consumido em grande parte por empréstimos e medicamentos.
De acordo com a Defensora Pública, a demanda por institucionalização de idosos está crescendo, mas encontrar uma vaga em um lar de longa permanência para idosos (ILPI) tem se tornando mais difícil. Isso se deve à escassez de abrigos públicos em Maceió, aliada à falta de subsídios públicos para a criação de instituições voltadas para o atendimento dessa população.
Segunda dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 1980, a população com 65 anos ou mais representava 4,3% do estado, enquanto em 2022, essa faixa etária já compunha 8,3% da população.
“A ausência de abrigos públicos, deixando apenas instituições privadas ou filantrópicas disponíveis, aumenta a vulnerabilidade dos idosos sem família, cujo número crescente na região amplifica as dificuldades enfrentadas. Além disso, a falta de recursos financeiros, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), muitas vezes comprometido com empréstimos e custos com medicamentos, representa mais um obstáculo para a institucionalização de idosos que necessitam de cuidados específicos”, observa a Defensora Pública.










