Eleições 2024: a estratégia dos chapões e a ocupação das cadeiras de vereador em Maceió

11/03/2024 11:12 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Em 2025, pela mudança já aprovada na Câmara Municipal de Maceió, serão 27 vereadores. Atualmente, são 25. 

 

O aumento de vagas influi no cociente eleitoral, que é a quantidade mínima de votos que um partido precisa ter para eleger o seu primeiro candidato, já que as “novas cadeiras” passam a ser disputadas neste ano. 

 

Afinal, a cada cociente atingindo, uma sigla elege um de seus membros. Ou seja: entra em cena, a partir de agora, a famosa matemática eleitoral.

 

É por essa razão, por exemplo, que o PL – comandado em Alagoas pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC – “inchou”. O partido que antes abrigava o vereador Leonardo Dias (PL) – o primeiro a ingressar na legenda do presidente Jair Bolsonaro (PL) – o vereador Siderlane Mendonça (PL) e o vereador licenciado Cléber Costa (PL), agora recebe outros sete nomes com mandato e reforça o time com suplentes e outras lideranças que são “apostas” da legenda.

 

Nos cálculos dos representantes do PL, essa junção de forças pode levar o partido a eleger entre 12 e 14 vereadores, facilitando a vida de muitos que entrarão na legenda agora, diante da abertura da “janela partidária”. 

 

Não deixa de ser, evidentemente, uma forma de JHC também “cuidar dos seus”.

 

Entre os partidos da base aliada do prefeito, a estratégia que resta é formar uma chapa que possibilite atingir o cociente eleitoral uma ou duas vezes, elegendo um ou dois vereadores (a depender do caso, até apostar na terceira vaga). 

 

É o caso do União Brasil, que aposta em lideranças que ingressam no partido ou do Progressistas, que conta com os vereadores de mandato João Catunda, Aldo Loureiro e Davi Davino. De acordo com informações de bastidores, Loureiro pode até deixar o Progressistas e ir para o PDT na busca por sua reeleição.

 

No bloco do “Eu sozinho” entram nomes como o do vereador Samyr Malta, que pode repetir a estratégia utilizada na eleição passada, quando estava no PTC. Desta vez, o caminho pode ser o PSDB. O pastor Oliveira (Republicanos) também se encontra nessa missão de montar o partido em razão de garantir sua reeleição. 

 

Mas, não é apenas os aliados de JHC que traçam suas estratégias. Dentro do “bloco dos palacianos” – que forma a base de apoio do governo Paulo Dantas (MDB) – os candidatos à vereança em Maceió devem se dividir em três frentes: o MDB do senador Renan Calheiros; o PSB dos Dantas e a Federação (PV/PCdoB/PT). No MDB, permanece Zé Márcio e Fernando Holanda.  O vereador Kelmann Vieira pode integrar a legenda. 

 

Outros aliados do governador – como é o caso do vereador Joãozinho (PSD) – devem deixar o partido e escolher um rumo, que pode ser o PSB. 

 

Na matemática eleitoral, é a saída de Joãozinho do PSD – por exemplo – que tem atrapalhado a vida da vereadora Teca Nelma (PSD), que precisa migrar para um partido que venha atingir um cociente eleitoral dentro de um cenário em que ela esteja entre os mais votados. 

 

O caminho seria a Federação, mas há resistência no PT ao nome de Nelma, em razão dos candidatos que já se encontram na legenda. 

 

Por essa razão, a interferência da presidente do PT, Gleise Hoffman, para que Nelma seja aceita na legenda em Maceió. 

 

Com menos partidos se estruturando, a tendência é ter menos candidatos o que pode também alterar o cociente. É válido lembrar que para uma legenda chegar ao máximo da quantidade de candidatos é necessário ter o proporcional (30%) de mulheres.

 

Caso os cálculos dos “caciques” estejam corretos, pouca será a renovação da Câmara de Maceió para além das novas vagas criadas. Além disso, o PL deve fazer a maior bancada, seguidos pelo MDB, PSB e Federação. 

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