Debate de excelência. Foi dessa maneira que Regina Dulce Lins, coordenadora do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), que regula a Região Metropolitana de Maceió (RMM), definiu o “Debate Metropolitano 2 – dinâmica socioeconômica”, realizado, nesta segunda-feira (29), de forma online.
O encontro é mais uma etapa na construção do PDUI, e reuniu, além dos especialistas do Plano, professores universitários, mestres e doutores em suas respectivas áreas, estudantes dos cursos afins aos temas e população interessada no tema.
Participaram do debate, como convidados, o Prof. Dr. Cícero Péricles de Carvalho, o Prof. Dr. Lindemberg Medeiros de Araújo e o Prof. Dr. Leonardo Leal. Temas como turismo e economia para a RMM foram alguns dos discutidos durante mais de duas horas de troca de informação e experiências nas respectivas áreas dos integrantes.
“Estamos no processo de elaboração do PDUI/RMM e o Debate Metropolitano 2 desta segunda-feira foi bastante enriquecedor, foi um debate de excelência”, destacou Regina Dulce Lins, que também é doutora em Assuntos Urbanos.
Professor de Administração Pública na Ufal, em Arapiraca, e doutor em Ciência Política, Leonardo Leal tratou de aspectos da economia local para a RMM, suas dificuldades, desafios e ausência de política pública que viabilize caminhos para a população para a região metropolitana, composta por 13 municípios, Atalaia, Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Maceió, Marechal Deodoro, Messias, Murici, Paripueira, Pilar, Paripueira, Rio Largo, Santa Luzia do Norte e Satuba.
“Dentro dessa perspectiva, é preciso perguntarmos quais são as sinergias, conflitos na questão dos setores de economia popular. Da mesma forma, precisamos definir como se pensa essa economia, tendo em vista que, em um primeiro momento, ela se concentra na periferia de Maceió, a cidade-polo, mas que se espalha para as demais cidades da RMM, e isso tudo tem impacto nos 13 municípios e para o próprio estado de Alagoas. Faz-se necessário que dentro dessa política, tenhamos especialistas em assessoria técnica para os setores porque eles não vão se solidificar sozinhos”, disse Leal.
Para o professor e doutor em Ciências Sociais, Cícero Carvalho Péricles, a questão de mobilidade e lazer também é essencial como critério de qualidade de vida dentro da RMM.
"Em Alagoas, 2/3 da população ganha somente até dois salários mínimos. Há muitas famílias, em Maceió, por exemplo, que não conseguem ir à praia se divertir, tendo em vista que não possuem um veículo e o transporte público é insuficiente. É um lazer que deveria ser acessível, mas não é, porque até quando insistem em enfrentar as adversidades da falta de um sistema adequado de saúde, sofrem com as poucas opções”, destacou Cícero Péricles.
Professor da Ufal, lotado no Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (IGDema), Lindemberg Araújo também estuda assuntos como destinos turísticos, urbanização, territórios e políticas públicas nesse âmbito. Em sua participação, Araújo parabenizou os integrantes do PDUI pela importância do trabalho de regulamentação da RMM.
“Sobre turismo dentro da RMM, gostaria de dizer que é bastante relevante o trabalho do PDUI na organização dos territórios que foram a região metropolitana. Em seguida, preciso dizer que o turismo gera, naturalmente, riquezas, renda, mas ele traz impacto. Dentro desse aspecto, entendo como importante, e não sei se isso seria tratado no PDUI, a questão de gestores maiores, secretário, enfim, toda a comunidade local estudar o turismo educacional. Infelizmente, vejo que, com raras exceções, as prefeituras não possuem essa capacidade de entendimento do tema”, afirmou Lindemberg Araújo.
