O centralismo já era denunciado no Brasil no tempo do Império por políticos como Jose Bonifácio e o alagoano da bela metropolitana cidade de Marechal Deodoro, Tavares Bastos, um dos principais ideólogos do municipalismo. Desde lá, parlamentares virtuosos e liberais como ele elencavam a centralização político-administrativa como o pior de todos os males, responsável pelo imobilismo escravocrata e a nefasta concentração de poder, que sempre nos legou subdesenvolvimento, analfanetismo, violência e miséria. Está duvidando? Olhe ao seu redor.
De 1822 até aqui já se passaram 200 anos. Fomos governados por dois imperadores até a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, o dia que o Brasil que podia dar certo começou a morrer. Sem legitimidade e popularidade, a república deu ao Brasil a direção e a estabilidade de um bêbado descendo a ladeira, não aquele de João Bosco e Aldir Blanc. Não a toa, que durante todos esses anos, o país assistiu a um festival nocivo de golpes, revoluções, ditaduras e governos populistas controlados por sindicatos que aumentaram o tamanho do Estado, dos privilégios e da dívida pública. Quase que uma sina interminável.
No processo de redemocratização após vinte anos de governos militares, o Brasil foi premiado com uma constituição social-democrata, com brechas intermináveis para um texto socialista utópico e escravocrata. É bem verdade que após a morte do presidente Tancredo Neves, o desastre econômico de seu sucessor e o empeachment do primeiro presidente eleito pelo povo pós ditadura; o plano real, algumas importantes privatizações e a lei de responsabilidade fiscal deram razoável estabildiade econômica ao país.
Na contramão dos governos que ficaram para trás desde a república, o Brasil inaugorou em 2019 uma agenda inédita rumo ao descentralismo e ao liberalismo econômico, sem descuidar da ordem social e moral tão caras e necessárias aos brasileiros. Redução de estatais, cargos, impostos, burocracias, regulações, estímulo a concorrência, autonomia do banco central, lei da liberdade econômica, descentralização de recursos para estados e municípios e tantos outros avanços que o permitiram arrecardar mais e a redistribuir mais, apesar da maldita guerra sanitária e suas nuances misteriosas.
O Brasil que podia voar a médio e longo prazo, volta aos dias de Marechal, o amigo da onça de Dom Pedro II. Para nossa sorte e ocasião o banco central continua autônomo e sob as ordens de uma liberal, neto de um liberal ainda maior. É bem verdade que as coisas podiam estar bem piores e artificiais como sempre. Infame maldição, esta do centralismo!
Cronica – Jeno Oliveira
Maceio, 20 de janeiro de 2024.