Assim me parece (e não só a mim): a CPI da Braskem se impõe quase como uma necessidade, após os últimos e conhecidos acontecimentos.
Há resistência, sim, principalmente de nomes de peso no Senado, como Jaques Wagner, Oto Alencar e Davi Alcolumbre, este personagem obscuro que pulou para a primeira prateleira da política nacional.
O problema para que a CPI comece a funcionar pode ser resumida numa frase: quem vai comandá-la?
Não há uma resposta fácil, até porque o nome que pareceria óbvio, o do senador Renan Calheiros, não pode ser levado a sério para o caso.
O emedebista, lembremos, foi presidente da Salgema, silenciou sobre o afundamento de Maceió por quase cinco anos, principalmente quando o Filho, hoje ministro, era o governador calado de Alagoas.
O que motivou a iniciativa do senador foi o dinheiro – no caso o que JHC jamais deveria ter recebido sem que antes as vítimas fossem contempladas (ou que vai além das indenizações de imóveis).
A investigação por uma CPI pode avançar mais rapidamente do que a apuração policial, da PF, e pode ajudar essa última.
Mas não dá para achar que uma meia-verdade pode ocupar o espaço de uma verdade inteira.
Calheiros já tem tempo demais de estrada para que qualquer um, medianamente informado, possa identificar rapidamente seus objetivos.