A exclusão da população dos Flexais da realocação provocada pela tragédia da Braskem, assim me parece, é uma falha do acordo firmado com a empresa, prefeitura e órgãos de fiscalização (na ACP).

Entretanto, volta à tona, agora, a investigação criminal, indispensável até para que as compensações financeiras sofram as necessárias e justas correções.

Mas não só. 

Apenas a título de sugestão, imagino que a PF e o MPF poderão seguir alguns caminhos para chegar a nomes, e não só da Braskem, que eventualmente possam ser responsabilizadas pela destruição de uma parte de Maceió e de dezenas de milhares de vidas humanas.

Ponto de partida: há um monumental e insuperável crime ambiental. 

É claro, isso passa também pela apuração do papel que órgãos públicos e governantes tiveram - ou deixaram de ter – e que resultaram no cenário devastador de agora.

Há laudos, disse o professor Abel Galindo, que já eram conhecidos e que apontavam, por exemplo, que em 2010 a mina 18 já havia superado o tamanho inicial autorizado – 60 metros, enquanto ele defendia 50 -, mas a mineração no local continuou sendo feita.

Com autorização de quem? Por que não barraram?

As licenças de funcionamento da mineração, principalmente as federais, a fiscalização frouxa ou inexistente, tudo isso soa – não sei se é – a crime.

Há fraudes documentais por parte da mineradora? Onde elas poderiam ser identificadas?

A relação entre políticos graduados e a empresa, notória financiadora de campanhas eleitorais, pode ter ajudado a que chegássemos ao caos pela blindagem sempre presente quando da formação de organizações criminosas do tipo PPP?

São perguntas, apenas.

Imagino que os policiais federais e integrantes do MPF haverão de tê-las mais bem-formuladas e apropriadas para se chegar a uma conclusão robusta.

A minha, por ora, é simples: se há crime, há criminoso (s).

A eles. 

(Em tempo: deixo de me manifestar sobre o tema específico - a mina 18, além de outros - por absoluta ignorância.)