O ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou a Maceió no fim da tarde desta quinta-feira (30). Ele atua como representante do Governo Federal no acompanhamento do risco de colapso da mina 18, localizada no bairro do Mutange, em Maceió.

Em entrevista à imprensa, Renan disse que o presidente Lula está em Dubai, onde participa da COP28, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), mas que o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, está ciente do ocorrido, pediu que ele viesse pessoalmente ao estado e está aguardando informações sobre o caso.

Segundo o ministro, no dia 27 de novembro, mais de microtremores foram registrados na área próxima a mina, o que chamou a atenção das autoridades e houve uma alerta para todos os Poderes e órgãos competentes.

O ministro salientou que toda a área de influência da catástrofe já foi evacuada. Ele disse que algumas pessoas estavam por lá, mas por decisão judicial tiveram que ser retiradas, agora a contragosto, e que  "o mais importante é preservar vidas”.

“Todos os indicativos demostram que pode haver um rompimento. Já há fissuras na camada superior do terreno. Lá foi construída uma rodovia para fazer o tamponamento de algumas minas. São 35 minas que existem naquela região, da quais nove estavam previstas de serem preenchidas com areia ou com uma solução liquida concentrada. Quatro foram tamponadas e tiveram todo o seu volume preenchido. A mina 18 iniciaria o trabalho de tamponamento nesses próximos dias e com esse movimento foi impedido o trabalho”, contou Renan.

Ainda segundo o senador, o movimento de terra da mina 18 já marca a superfície e a própria estrada já apresenta rachaduras. O movimento tem se intensificado nos últimos dias e o monitoramento no local é constante.

“É possível que haja um rompimento e isso pode gerar outros danos, porque haverá uma dissipação de energia na região. Como há outras cavernas e a área já é de instabilidade, isso pode gerar outros rompimentos. Mas, a área está isolada e todos os técnicos da Defesa Civil Nacional estão presente e acreditam que não haverá problemas do que naquela região que foi isolada”, disse o ministro.

Para Renan, o momento servirá para verificar como está o trabalho da Braskem, ver se precisa intensificar os esforços para concluir o que está sendo feito.

O senador disse que irá passar todas as informações sobre a situação e sobre que está sendo feito para o presidente em exercício, Geraldo Alckmin. E que tanto os Poderes Executivos devem saber seus papeis e atuar de forma unida e estarem preparados para a eventualidade de acontecer um afundamento na área.

Renan Filho disse que não há informações sobre para que local a terra está se movimentando e nem o tamanho da abertura da cratera, o que só será esclarecido se o colapso ocorrer.

O ministro acusou Braskem de omissão no repasse de informações e disse: “Quando era governador de Alagoas não topei fazer acordo com a Braskem, porque sabia que esse desastre poderia se agravar, poderia se aprofundar e eles queriam fazer acordo em caráter irrevogável. Precisamos de uma solução definitiva”, concluiu.