A defesa da família do empresário Marcelo Leite, que morreu ao ser atingido por um tiro de fuzil disparado por um policial militar durante uma abordagem em novembro do ano passado, entrou com um pedido de prisão preventiva contra o militar Jilfran Santos Batista. O pedido foi protocolado nesta segunda-feira (13).

O caso completa um ano nesta terça-feira (14) e  Jilfran e mais dois policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público de Alagoas (MP/AL) e são réus pela morte de Marcelo. Eles não estão presos.

Jilfran Santos é apontado como o PM que efetuou o disparo, ele responde por homicídio e está em liberdade cumprindo medidas cautelares. Conforme o pedido de prisão preventiva feito pelos advogados de defesa da família de Marcelo Leite, o militar estaria descumprindo as medidas cautelares determinadas pela Justiça.

De acordo com o documento, Jilfran teria violado o recolhimento domiciliar, das 22h às 5h, e estaria frequentando bares, restaurantes, shows e locais com uso de bebida alcóolica e aglomeração de pessoas. Os advogados teriam anexado imagens e vídeos como prova. 

Ainda segundo a defesa do empresário, os eventos frequentados pelo policial não tem relação com sua função de militar.

O caso

O empresário Marcelo Barbosa Leite, atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), faleceu em um hospital de São Paulo, no dia 05 de dezembro. 

Inicialmente, ele foi levado para o Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, e logo depois para a Santa Casa de Misericórdia, em Maceió. Depois de ter um choque séptico e outras complicações no dia 26 de novembro, Marcelo foi transferido para o Hospital Beneficência Portuguesa do Mirante, na capital paulista, onde estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Marcelo tinha 31 anos e foi atingido pelo projétil, que transfixou o porta-malas e os bancos do carro, acertando suas costas. Ele perdeu um rim, o baço e parte do intestino. 

No Auto de Prisão encaminhado à 8ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, os policiais envolvidos na ocorrência relataram que o empresário teria reagido à abordagem, mas a família contestou a versão. 

Conforme o Auto de Prisão, Marcelo trafegava em seu veículo, na rodovia, quando ultrapassou uma viatura da Polícia Militar saltando um quebra-molas. Os policiais militares então iniciaram perseguição ao veículo, que empreendeu fuga.

Ainda segundo relato dos militares, durante a perseguição, o acusado sacou uma arma de fogo, apontando em direção a eles, que reagiram disparando contra Marcelo, atingindo-o. No veículo foi apreendido um revólver calibre 38 com numeração raspada. 

A família do empresário contestou a versão dos militares e afirmou que Marcelo não possuía arma de fogo. Após a reprodução simulada da abordagem, a Polícia Cientifica constatou que a arma foi implantada dentro do veículo do empresário.