Sem conseguir dar andamento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, o senador Renan Calheiros (MDB) - o propositor - fez apelos aos líderes partidários, durante a sessão do dia 8 de outubro, para que sejam indicados os membros para compor a CPI.

O requerimento de Calheiros já foi lido em plenário, com mais assinaturas que o suficiente para que a CPI fosse instalada, mas esta ainda não teve sua composição definida para iniciar os trabalhos. Ao que tudo indica, mesmo com a aprovação, o tema tem sofrido resistências dentro do Senado Federal.

A CPI, como frisa a assessoria de imprensa do Senado Federal, “tem como objetivo investigar a responsabilidade da empresa petroquímica Braskem no delito ambiental relacionado à extração de sal-gema do subsolo de Maceió, capital alagoana”

Calheiros clamou ao “bom senso” dos pares.

“Mais uma vez apelo ao bom senso para que possamos instalar essa Comissão Parlamentar de Inquérito, que é fundamental para acompanharmos a reparação ambiental, material, moral que tem como credores quase 200 mil pessoas no estado de Alagoas. É conhecido na Casa o precedente do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual, havendo um hiato prolongado nesta indicação - político ou não, intencional ou não -, o presidente do Congresso Nacional [Rodrigo Pacheco] faz as designações, em substituição aos líderes”, destacou o senador alagoano.

O enxadrista-mor de Alagoas ainda lembrou do histórico do problema, que provocou o afundamento e a destruição de vários bairros em Maceió, causado pela extração da sal-gema.

Em seu discurso, o senador manifestou preocupação com a evolução do desastre ambiental, que - conforme Calheiros - ainda continua a se expandir para novas áreas. O emedebista ainda citou o alerta da Defesa Civil sobre os recentes abalosos sísmicos recentes em um dos bairros evacuados.

“Não há nenhuma margem de dúvida de que esses abalos estão associados ao desastre provocado pela cobiça desumana da Braskem na atividade de mineração e, tardiamente, no preenchimento das cavernas que eles criaram. É irrelevante se a intensidade dos abalos sísmicos de agora tem potencial para causar mais dano à superfície: todos os danos já foram causados ao longo dos últimos anos e os responsáveis serão chamados a ressarcir todos os prejuízos causados”, complementou o senador do MDB.