A resposta do MDB à saída do vereador Alan Balbino (PSD) do bloco de oposição ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), foi rápida, como já noticiado aqui pelo CadaMinuto, na Coluna Labafero.

Ontem mesmo o secretário de Prevenção à Violência, Kelmann Vieira, foi escalado pelos emedebistas para retornar à Casa de Mário Guimarães, na condição de vereador, para recompor o grupo.

Com isso, como já explicado, Alan Balbino (PSD) - que era o suplente - deixa o parlamento-mirim.

O que se espera de Kelmann Vieira não é apenas mais um número no bloco opositor, mas um perfil mais combativo, com um trabalho semelhante ao que vem sendo desempenhado pelos vereadores Zé Márcio (MDB) e Joãozinho (PSD), os mais atuantes no campo da oposição.

O trio deve comandar os discursos que visam desgastar a imagem do prefeito João Henrique Caldas, dentro de uma engrenagem articulada pelo enxadrista-mor do MDB, o senador Renan Calheiros.

A oposição se organiza e não deve se resumir apenas ao tema da compra do Hospital do Coração, futuro Hospital da Cidade, até por uma razão simples: o assunto também desgasta os emedebistas e simpatizantes de Calheiros. Afinal, a todo momento precisam ficar explicando que não são contra Maceió ter uma unidade hospitalar.

No entanto, as dificuldades a serem enfrentadas por JHC na Câmara de Maceió devem ficar apenas nos confrontos de discursos entre governistas e oposicionistas, já que em termos numéricos a base de apoio de JHC é bem maior para aprovar qualquer coisa na Casa de Mário Guimarães.

Um problema enfrentado pelo MDB, do ponto de vista político, é não conseguir canalizar - em uma liderança - os possíveis frutos que a oposição possa conseguir, já que ninguém cresce à sombra do “calheirismo”.

Todos os nomes cotados pelo próprio “ninho emedebista” para disputarem a Prefeitura de Maceió, em 2024, não conseguem (como mostram as mais recentes pesquisas eleitorais) ganhar capilaridade eleitoral suficiente para esta batalha que se avizinha, estando presentes no cenário apenas diante de uma possibilidade de cumprir tabela na eleição municipal em razão dos planos do próprio Renan Calheiros para as eleições posteriores: 2026.

É em 2026 que Renan Calheiros estará nas urnas. É em 2026 que o Palácio República dos Palmares será disputado sem a possibilidade de reeleição do governador atual Paulo Dantas (MDB). É lá que JHC precisa não ser uma ameaça. Por enquanto, os soldados de Renan Calheiros são chamados a serem o que precisam ser dentro de um jogo de xadrez, isolando o rei adversário até o momento, caso ele venha a existir, do xeque-mate.